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Coronavac produz anticorpos em 97% dos casos

18 de novembro de 2020

Vacina da empresa chinesa Sinovac é segura, mostram resultados das fases 1 e 2. Mas nível de anticorpos gerados é menor do que em pessoas recuperadas da doença, e não está claro quanto tempo eles permanecem no corpo.

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Vacina da Sinovac
Cientistas frisaram que as descobertas da fase 3 serão cruciais para determinar se resposta imunológica é suficienteFoto: Rafael Henrique/SOPA/ZUMA/picture alliance

A vacina chinesa Coronavac produziu, depois de 28 dias, anticorpos em 97% dos voluntários saudáveis testados e é segura, afirma um estudo publicado nesta terça-feira (17/11) na revista especializada The Lancet Infectious Diseases.

A Coronavac é fabricada pela empresa chinesa Sinovac e está na fase 3 de testes em diversas regiões do Brasil desde julho, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Os dados do estudo são das fases 1 e 2.

Os resultados são provenientes de testes clínicos feitos na China em abril e maio, com 744 voluntários saudáveis entre os 18 e 59 anos, e revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo.

Níveis e persistência dos anticorpos

Porém, os níveis de anticorpos produzidos pela vacina foram mais baixos do que os observados em pessoas que foram infectadas e se recuperaram da doença covid-19, provocada pelo novo coronavírus.

Além disso, a persistência dos anticorpos gerados precisa ainda ser verificada para determinar quanto tempo durará a proteção contra o vírus, disseram os cientistas.

Diante disso, os cientistas frisaram que as descobertas da fase 3 serão cruciais para determinar se a resposta imunológica gerada pela Coronavac é suficiente para proteger contra uma infecção pelo Sars-CoV-2.

A pesquisa publicada, realizada por uma equipe chinesa, identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas, enquanto observou os efeitos secundários, que foram leves e desapareceram em 48 horas.

O resultado já alcançado torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia, disse o pesquisador Fengcai Zhu, do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China.

Os autores identificaram algumas limitações no estudo, como o fato de o teste da fase 2 não ter avaliado as respostas das chamadas células T (células do sistema imunológico), que representam outra variante da resposta imunológica às infecções pelo vírus.

A tecnologia usada na vacina

A Coronavac, uma das 47 candidatas a vacinas contra o novo coronavírus em testes clínicos, baseia-se numa cepa viral do Sars-CoV-2, originalmente isolada de um paciente chinês.

Outros candidatas a vacina, como as da Moderna e da Biontech-Pfizer, utilizam a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) modificado. Ou seja, a resposta imunológica é gerada sem o uso de patógenos, como no caso da Coronavac. Como as vacinas de mRNA não são feitas com o próprio coronavírus, não há qualquer chance de alguém ser contaminado pela própria vacina.

O Butantan estima que terá 46 milhões de doses do imunizante, sendo que 6 milhões virão da China e 40 milhões serão produzidas em São Paulo.

AS/lusa/rtr/ots