Craques do futebol fazem propaganda contra o fumo
31 de maio de 2002Nesta sexta-feira (31), não foi dado apenas o apito inicial para a Copa do Mundo no Japão e Coréia do Sul. A União Européia, aproveitando-se do prestígio dos astros internacionais do futebol, lançou uma campanha antitabagista, tendo por alvo o público juvenil. Zinedine Zidane, Luís Figo, Michael Ballack, Paolo Maldini e Gerald Asamaoah estão entre os craques que querem convencer a garotada a dizer "não" ao cigarro.
"Feel free to say no" (Sinta-se livre para dizer não) é o lema que vai ser repetido em outdoors e jingles no rádio e televisão veiculados durante a Copa nos 15 países da UE. Enquanto isso, nos dois países que sediam o Campeonato, será proibido fumar nos estádios.
"Não adianta tapar o sol com a peneira", disse David Byrne, comissário europeu responsável por assuntos da saúde e proteção do consumidor, ao lançar a campanha da UE. "O jovem que começa a fumar cedo e não consegue mais se livrar do tabaco, não tem a mínima chance. Por isso precisamos conseguir que eles digam 'não' enquanto ainda têm escolha."
Vício começa cedo
As estatísticas dão razão a Byrne. Oito entre dez pessoas viciadas em nicotina começaram a fumar entre 12 e 18 anos. Na Alemanha, quase um terço dos adolescentes de 15 anos já fumam. O país conta 16,6 milhões de fumantes, 39% dos homens e 31% das mulheres. A cada dia morrem no 309 pessoas na Alemanha em conseqüência do vício; na UE, o número sobe a 500 mil por ano.Campanha x publicidade da indústria do cigarro
A campanha está inserida numa ampla estratégia de combate ao tabaco da Comissão Executiva da UE, dirigida a 36,2 milhões de jovens entre 12 e 18 anos. Tem duração prevista de três anos e conta com uma receita total de 18 milhões de euros.Byrne está consciente de que é uma parada difícil, considerando os bilhões que a indústria tabagista gasta anualmente em publicidade, projetando no cigarro a idéia de uma vida adulta e bem-sucedida. Uma iniciativa da UE para impor a proibição total de propaganda de tabaco foi recusada pela Corte Européia de Justiça, em outubro de 2000. Uma tentativa de retomada está encalhada há um ano no Parlamento Europeu, que pretende debater a questão em setembro.