Cresce suspeita de que ataque ao Bundestag venha da Rússia
11 de junho de 2015Há cada vez mais indícios de que a Rússia pode estar por trás do ataque cibernético ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), segundo fontes ouvidas pela imprensa alemã nesta quinta-feira (11/06).
Especialistas teriam indícios de que o serviço secreto russo SWR estaria envolvido na ação, noticiou o site Spiegel Online. Segundo a agência de notícias alemã DPA, ainda não foi esclarecido se o autor do ataque seria a agência de inteligência russa ou outra organização do país.
Autoridades de segurança da Alemanha trabalham com diferentes teorias para tentar esclarecer os mistérios que envolvem o ataque. O Departamento Federal de Proteção à Constituição (BfV, na sigla em alemão) não descarta a possibilidade de o governo de um outro país estar envolvido na ação.
O presidente do BfV, Hans-Georg Maassen, disse temer que o ataque cibernético tenha sido promovido por uma agência de espionagem estrangeira. Foi o BfV que alertou o Bundestag sobre a invasão.
Maassen não comentou as especulações sobre hackers russos, afirmado que seu departamento não está envolvido no esclarecimento do caso. Ele ressaltou, porém, que o BfV comprovou várias vezes "que ataques cibernéticos de serviços russos são altamente qualificados". O presidente descreveu ainda o ataque ao Bundestag como de grande proporção.
Alerta contra acusações precipitadas
O porta-voz do Partido Verde para política digital, Konstantin von Notz, afirmou em entrevista à emissora RBB que o ataque foi de "qualidade de serviço secreto". Notz, entretanto, fez um alerta contra acusações precipitadas. "No mundo digital o rastro desse tipo de ataque pode ser apagado ao máximo. Se em algum código fonte são inseridos três símbolos chineses, isso não prova que a China está por trás da ação".
O BfV pode ser chamado a auxiliar no esclarecimento do ataque. O Parlamento avalia essa possibilidade. Mas principalmente a oposição teme que o Departamento Federal de Proteção à Constituição possa ter acesso a e-mails de parlamentares.
CN/dpa/ots