Criminalidade juvenil
28 de dezembro de 2007O diretor escolar aposentado de 76 anos foi atacado na semana passada em Munique, após pedir a dois jovens, um grego de 17 anos e um turco de 20, para apagar os cigarros no vagão do metrô em que se encontravam. Foi um pedido que deixou o aposentado gravemente ferido e originou uma polêmcia acirrada entre políticos sobre a maneira adequada de agir frente à delinqüência juvenil.
Na opinião de alguns membros da conservadora União Democrata Cristã (CDU), o ataque mostra que chegou a hora de reavaliar o tratamento dispensado a jovens criminosos e, mais ainda, aos jovens estrangeiros propensos à agressividade que vivem na Alemanha. "Temos jovens estrangeiros criminosos demais", declarou o governador de Hessen, Roland Koch, ao popular Bild.
"Tolerância zero perante a violência deveria começar cedo e ser parte integrante de nossa política de integração", acrescentou Koch, para quem a "posição alemã na política de integração durante muito tempo não foi suficientemente clara". "Está na hora de acabar com certas ilusões."
O governador de Hessen defende que sejam aplicadas e executadas com maior freqüência penas de reclusão em casas de detenção para jovens entre 18 e 21 anos. Essa reivindicação encontra respaldo entre outros políticos conservadores.
Wolfgang Bosbach, vice-líder da bancada da CDU/CSU no Parlamento, também defende maior rigor perante jovens reincidentes. "Precisamos nos despedir da idéia de que é possivel prevenir todos os casos de reincidência por meio de medidas social-terapêuticas", declarou ele à versão online da revista Der Spiegel.
Ministério da Justiça se distancia
As exigências de um acirramento do código penal para jovens são rechaçadas pelo Ministério da Justiça. "O direito penal para jovens adultos em vigor é apropriado e suficiente para a imposição das sanções necessárias e adequadas contra delinqüentes jovens reincidentes", declarou um porta-voz do ministério ao diário Berliner Zeitung.
Dieter Wiefelspütz, especialista em política interna da bancada social-democrata no Parlamento, também é contra o que chama de "acionismo cego". Em sua opinião, o caso atual não pode ser tomado como ensejo para exigir leis mais rigorosas.
Wiefelspütz lembra que os autores do ataque no metrô de Munique estão detidos e certamente precisarão contar com uma punição considerável. "O estado de direito não é impotente, nem mesmo perante jovens reincidentes", afirma o social-democrata.
Representantes da oposição, tanto do Partido Liberal quanto dos verdes, criticaram igualmente as reivindicações dos conservadores. (lk)