Crustáceos podem dar pistas sobre voo MH370
4 de agosto de 2015Especialistas afirmaram nesta terça-feira (04/08) que crustáceos fixados na parte da asa de um Boeing 777, encontrada na ilha de Reunião, na semana passada, poderão dar pistas sobre o destino do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em março de 2014.
A descoberta do flaperon de 2,25 metros de comprimento, com cracas incrustadas em sua superfície, aumentou as esperanças de que o mistério sobre o voo MH370 possa finalmente ser desvendado.
Especialistas iniciarão nesta quarta-feira os exames no destroço transportado à França, para determinar se ele de fato pertencia à aeronave da Malaysia Airlines. Cientistas afirmam que informações contidas nos crustáceos poderão revelar o tempo em que o fragmento esteve na água.
"Eles poderão medir a idade dos crustáceos e descobrir se eles são mais velhos do que a data do acidente", o que descartaria a possibilidade de o destroço ser do MH370, explica Melenie Bishop, professora de ciências biológicas na Universidade de Macquarie em Sydney, Austrália.
Cientistas afirmam que a definição da espécie desses organismos também pode indicar o local do acidente: se forem crustáceos de águas frias, a queda teria ocorrido mais para o sul do Oceano Índico; se forem tropicais, mais para o norte. E se forem do gênero Lepas, "poderíamos afirmar com certeza que o acidente aconteceu nas áreas marítimas geladas do sudoeste da Austrália", explica o geólogo Hans-Georg Herbig.
Entretanto, algumas espécies se encontram amplamente espalhadas pelo oceano, o que tornaria impossível estabelecer com precisão o local da queda do Boeing.
Segundo Shane Ahyong, especialista em crustáceos do Museu Australiano, a principal informação que os crustáceos podem fornecer é o tempo que o destroço esteve na água. Dessa forma, "é possível analisar se as informações estão de acordo com as outras evidências sobre a data do desastre".
Os investigadores na França também poderão observar outros organismos possivelmente encontrados no fragmento, como vermes aquáticos, algas coralinas vermelhas ou moluscos, que também poderão dar pistas sobre a origem do destroço.
RC/ap/rtr