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Críticas ao Transrapid são refutadas pelo governo

(am)6 de junho de 2002

O trem-bala magnético alemão Transrapid voltou a ser alvo de críticas, mas o governo continua insistindo em construir as duas rotas planejadas.

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O trem-bala Transrapid movimenta-se silenciosamente, sem rodas e com tração magnéticaFoto: AP

O trem de flutuação magnética Transrapid voltou a ser objeto de polêmica na Alemanha, depois que o Tribunal Federal de Contas criticou o risco financeiro representado pela planejada construção de dois trechos ferroviários: o primeiro como metrô suburbano (Metrorapid), ligando diversas cidades no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, e o segundo entre o aeroporto e o centro de Munique.

Tradicionalmente contrários ao Transrapid, o Partido Verde e o sindicato dos ferroviários Transnet reivindicaram do governo alemão que abandone os seus "sonhos flutuantes". Segundo o deputado Albert Schmidt, perito em questões de trânsito da bancada verde no Parlamento Alemão, o relatório do Tribunal de Contas confirma a posição adotada pelo seu partido.

No debate parlamentar desta quinta-feira (06/06), o ministro dos Transportes Kurt Bodewig refutou as críticas. Segundo ele, o relatório do Tribunal de Contas não trouxe nada de novo. Os pontos citados já constavam de todos os estudos anteriores de viabilidade, sendo apenas uma "questão de avaliação". E o Ministério dos Transportes não compartilha a avaliação do Tribunal, segundo o ministro.

Artigo de exportação

As construções dos trechos renano e bávaro do Transrapid foram decididas depois que fracassou inteiramente o projeto inicial de ligar Hamburgo e Berlim com o novo meio de transporte, que é caracterizado por uma técnica ultramoderna e velocidade máxima de cerca de 400 km/h. O Transrapid deveria tornar-se um artigo de exportação da indústria alemã. O fato de que os próprios alemães não se tenham arriscado até agora a utilizá-lo em trechos regulares de transporte fez despertar, contudo, uma certa desconfiança entre os compradores potenciais.

Só recentemente é que o Transrapid, que já existe há muitos anos, pôde ser exportado. A China está construindo agora a primeira ferrovia de flutuação magnética do mundo, ligando o aeroporto e o centro de Xangai. Outros trechos estão sendo estudados. Além dos chineses, fala-se também de outros clientes potenciais. Um deles seria o Brasil, onde o Transrapid foi cogitado para uma conexão entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.