Democratas iniciam convenção que vai confirmar candidatura de Obama
4 de setembro de 2012Esta é a primeira vez que Chris Mitchell, 28 anos, presidente do Partido Democrata em Hillsborough County, na Flórida, participa como delegado de uma convenção. Ele se diz orgulhoso: não apenas pela oportunidade de nomear o presidente Barack Obama candidato, mas também por poder aprovar o programa do partido.
A plataforma dos democratas, segundo Mitchell, inclui vários pontos que contemplam pessoas com visões distintas, como por exemplo o reconhecimento do casamento homossexual, a emancipação da mulher e a igualdade de direitos entre os gêneros, bem como a conduta frente aos veteranos de guerra e medidas para impulsionar o crescimento econômico e fortalecer o sistema de ensino.
Mitchell é um dos 5 mil delegados que participam do espetáculo eleitoral que começa nesta terça-feira (04/09) e prossegue durante três dias em Charlotte, no estado da Carolina do Norte.
Nesta terça, o primeiro dia de convenção, a primeira-dama Michelle Obama será uma das oradoras. Nos próximos dias, além do vice-presidente Joe Biden, dois ex-presidentes tomarão a palavra: Bill Clinton, que comparecerá pessoalmente, e Jimmy Carter, que vai enviar uma mensagem por vídeo.
Todos eles vão descrever de forma positiva o trabalho de Obama nos últimos três anos e meio de governo, ressaltando o fim da Guerra do Iraque, a planejada retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão e a morte de Bin Laden.
Propostas opostas às dos republicanos
Em termos de política interna, Obama tem o que mostrar sobretudo no que diz respeito à reforma do sistema de saúde. Nesse setor, ele tem posições totalmente diferentes das de seu opositor, Mitt Romney, e dos republicanos em geral, que nomearam seu candidato na última semana em Tampa, na Flórida. Uma das principais propostas de Romney é acabar com a reforma do sistema de saúde empreendida por Obama.
Robert Gibbs, ex-porta-voz de Obama e um dos assessores de sua campanha, declarou à emissora CNN que os republicanos apresentaram na convenção do partido "apenas insultos e ideias antigas". Segundo ele, "o presidente vai se concentrar, em Charlotte, num plano para garantir à classe média deste país a segurança necessária, através de investimentos em pesquisa e em inovação, apontando um caminho que nos leve adiante". De forma coerente com essa ideia, o lema da campanha eleitoral de Obama é "para frente".
"O discurso de Mitt Romney foi sobre duas pessoas: Mitt Romney e Barack Obama. O discurso do presidente Obama vai ser sobre as 300 milhões de pessoas que vivem nos Estados Unidos", afirmou Gibbs.
Obama chegará a Charlotte nesta quarta-feira e será oficialmente nomeado candidato um dia depois. Em 2008, ele ganhou a eleição presidencial na Carolina do Norte por pequena vantagem. Na segunda-feira, o presidente passou o dia em campanha eleitoral pelo estado, tendo visitado à noite uma comunidade em Nova Orleans, no estado da Luisiana, que foi inundada pelo furacão Isaac.
Pouco sucesso na economia
Antes disso, Obama participou de um comício em Ohio, um dos cerca de 12 estados do país onde a preferência eleitoral ainda não está definida. No "Labour Day", o Dia do Trabalho nos EUA, o presidente elogiou principalmente "os trabalhadores orgulhosos da indústria automobilística daqui, que ajudam a reerguer Toledo".
Nesta cidade ficam unidades das montadoras General Motors e Chrysler, que se beneficiaram, em 2009, de um amplo programa de apoio do governo norte-americano. O presidente apresentou estes bons resultados como exemplo de como a ajuda estatal pode contribuir para reaquecer a economia.
Apesar disso, a taxa de desemprego de pouco mais de 8% ainda é extraordinariamente alta para os parâmetros do país. O assunto está no centro dos debates entre democratas e republicanos.
A questão é se os norte-americanos estão hoje numa situação melhor do que aquela em que estavam antes da posse de Obama. Na época, o presidente declarou que não mereceria um novo mandato caso sua política não fosse bem-sucedida e a economia não se recuperasse. Hoje, ele argumenta que as mudanças que prometeu ainda precisam de mais tempo.
Autor: Christina Bergmann (sv)
Revisão: Alexandre Schossler