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Dilma chama ofensiva israelense em Gaza de massacre

29 de julho de 2014

Na sequência de atritos diplomáticos entre Brasil e Israel, presidente lamenta morte de civis palestinos e apoia cessar-fogo imediato pedido pela ONU. "Não é possível matar crianças e mulheres, de jeito nenhum."

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Foto: Nelson Almeida/AFP/Getty Images

A presidente Dilma Rousseff condenou, nesta segunda-feira (28/07), a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza, afirmando que Israel promove um massacre ao atingir a população civil. "Não é possível matar crianças e mulheres, de jeito nenhum", disse.

"Não acho que é genocídio, mas acho que é um massacre. Tem uma ação desproporcional", declarou durante uma sabatina organizada pelo jornal Folha de S.Paulo, o portal UOL, o SBT e a Rádio Jovem Pan no Palácio da Alvorada. "Sabemos que, numa guerra como essa, quem paga são os civis", reforçou.

Dilma também criticou a postura do porta-voz do ministério do Exterior de Israel, Yigal Palmor, que, segundo o jornal Jerusalem Post, chamou o Brasil de anão diplomático. "Lamento as palavras do porta-voz, pois produzem um clima muito ruim. Deveríamos ter cuidado com as palavras."

A reação israelense veio após o Itamaraty publicar duas notas sobre a crise em Gaza, a última delas condenando "o uso desproporcional da força por Israel".

A presidente, porém, negou que haja uma crise diplomática com Israel e lembrou que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o Estado judeu. Segundo Dilma, o Brasil defende a existência tanto do Estado de Israel quanto de um Estado palestino.

A presidente elogiou a posição do Conselho de Segurança da ONU, que pediu na madrugada desta segunda-feira uma "trégua humanitária imediata e incondicional" na Faixa de Gaza. "A decisão da ONU de exigir um cessar-fogo imediato é muito bem-vinda, pois é uma situação que não dá para continuar", avaliou.

Mais de 1.100 palestinos e 53 soldados israelenses morreram durante três semanas de violência na região, desde que Israel lançou sua ofensiva com objetivo de deter o grupo radical islâmico Hamas.

LPF/abr/afp/rtr