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Dilma recebe líderes do movimento sem-teto antes de visitar Itaquerão

Marina Estarque, de São Paulo9 de maio de 2014

Presidente acena com possibilidade de desapropriar área da ocupação Copa do Povo. A um mês da Copa, obras seguem no estádio que receberá o jogo de abertura.

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Operários tiram foto com Dilma durante a visita ao estádio Itaquerão, em São PauloFoto: DW/Marina Estarque

A presidente Dilma Rousseff visitou nesta quinta-feira (08/05) a Arena Corinthians (Itaquerão) em São Paulo e as obras viárias no entorno do estádio, onde será realizada a abertura da Copa do Mundo, em 12 de junho.

Antes do evento, Dilma conversou com líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que organizaram protestos em vários pontos da cidade contra o lucro de construtoras com as obras da Copa.

Dilma observou as obras viárias perto do estádio, do alto de um viaduto, e finalizou a visita no Itaquerão. Na arena, conheceu as instalações internas, como vestiários, camarotes e áreas de circulação.

Depois caminhou pelo gramado, cumprimentou e tirou fotos com operários. A presidente recebeu ainda um capacete dourado dos trabalhadores, que usou por alguns minutos.

A visita foi acompanhada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pelo secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Júlio Semeghini, e pelo presidente do Corinthians, Mário Gobbi, e o responsável do clube pela obra, Andrés Sanchez.

Apesar de não falar com a imprensa, a presidente comentou com a sua comitiva sobre o legado das obras para Itaquera. "Essa vai ser uma região rica. Tem a Fatec, tem faculdade, tem diferentes [transportes] modais, rodoviário, ferroviário. Criou-se uma região que vai atrair investimentos. A IBM vai gerar 3 mil empregos aqui. E tem o estádio, que está uma beleza. Afinal de contas é o Corinthians", disse.

Die brasilianische Präsidentin Dilma Rousseff während ein Besuch in Stadium Itaquerao
Dilma visitou o estádio, que ainda está em obrasFoto: DW/Marina Estarque

Haddad também mencionou outra empresa, que estaria interessada em investir em Itaquera. "A gente perde de vista o desenvolvimento que o estádio vai trazer. Já há uma empresa interessada em se instalar na região e que pode gerar até 50 mil vagas de trabalho", completou.

Sem teto

Antes de chegar ao estádio, Dilma e Haddad receberam líderes do MTST. "A reunião foi bastante positiva. Ela se comprometeu a estudar a possibilidade de desapropriação do terreno da ocupação Copa do Povo", afirmou Josué Rocha, um dos representantes do MTST a participar do encontro.

O terreno, a poucos quilômetros do estádio, foi ocupado há menos de uma semana. "A ocupação foi pensada em Itaquera porque, com a Copa do Mundo na região, os aluguéis aumentaram muito, expulsando pessoas de suas casas para outras regiões mais afastadas. Existe agora uma grande pressão por moradia no local", disse Rocha.

Segundo ele, a reunião durou cerca de 20 minutos e também tratou de pautas nacionais do movimento sem-teto em relação ao programa de habitação do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

Obras no estádio

O Itaquerão segue em obras, apesar de ter sido entregue oficialmente pela construtora Odebrecht em 15 de abril. Ao redor do estádio, há buracos nas calçadas e passarelas, que ainda precisam ser pavimentadas. Falta também completar a construção das arquibancadas provisórias, que aumentarão a capacidade do estádio para 68 mil espectadores, conforme exigência da Fifa.

Durante a visita, Haddad garantiu que as obras estarão finalizadas na próxima semana. "Até a semana que vem tudo estará iluminado, liberado e ajardinado", disse.

O teste do Itaquerão para a Copa será realizado no dia 18 de maio, na partida entre Corinthians e Figueirense, válida pelo Campeonato Brasileiro. Além da abertura do Mundial, em 12 de junho, o estádio será palco de outros cinco jogos. Nesta sexta-feira, a presidente visita a Arena da Baixada, em Curitiba.