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Diplomacia da UE condena ataque russo em Kharkiv

1 de março de 2022

Josep Borrel diz que bombardeios de alvos civis na segunda maior cidade ucraniana são "crime de guerra". Explosão em prédio do governo local mata ao menos 10 e fere mais de 30.

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Carro carbonizado diante de prédio do governo regional em Kharkiv atingido por um míssil
Carro carbonizado diante de prédio do governo regional em Kharkiv atingido por um míssilFoto: Ukrainian Emergency Service/AP Photo/picture alliance

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou nesta terça-feira (01/03) que o bombardeio de alvos civis em Kharkiv, incluindo a praça central da cidade e o prédio do governo regional, viola as leis da guerra.

"O bombardeio de infraestruturas civis em Kharkiv viola as leis da guerra. A União Europeia mantém seu firme apoio ao lado da Ucrânia nestes momentos dramáticos", escreveu Borrell no Twitter.

Kharkiv é a segunda cidade mais populosa da Ucrânia, com cerca de 1,5 milhões de habitantes.

Segundo um assessor do Ministro do Interior ucraniano, pelo menos dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas no ataque no centro da cidade.

O serviço de emergência ucraniano afirmou que combateu 24 incêndios dentro e nos arredores de Kharkiv causados por bombardeios, além de ter desativado 69 equipamentos explosivos.

O governo ucraniano acusa a Rússia de matar civis e destruir infraestrutura civil. O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov disse, de acordo com a agência Ukrinform, que os militares russos explodiram subestações energéticas, levando a problemas com a eletricidade
e abastecimento de água.

A agência de notícias Unian informou que andares superiores de dois arranha-céus foram destruídos. As informações a respeito, entretanto, não podem ser verificadas independentemente devido aos combates.

"Míssil russo bárbaro atinge a central Praça da Liberdade e bairros residenciais de Kharkiv", escreveu no Twitter o ministro do Exterior ucraniano, Dmytro Kuleba. "Putin é incapaz de desmantelar a Ucrânia. Ele comete mais crimes de guerra por fúria, assassina civis inocentes. O mundo pode e deve fazer mais. AUMENTE A PRESSÃO, ISOLE A RÚSSIA TOTALMENTE!", apelou.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que os sucessivos ataques de mísseis russos a Kharkiv, incluindo o mais recente no prédio da administração central, equivalem a terrorismo de Estado e crime de guerra.

Discurso emocionado

“O mal, armado com foguetes, bombas e artilharia, deve ser detido imediatamente", disse Zelenskiy. "Destruído economicamente. Devemos mostrar que a humanidade é capaz de se proteger".

Em discurso emocionado ao Parlamento Europeu, Zelenski disse que a Ucrânia "tem o desejo de ver nossos filhos vivos – acho que é justo. Estamos lutando pela sobrevivência. Estamos lutando para sermos membros iguais da Europa. Somos exatamente iguais a vocês."

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz alertou que "o banho de sangue deve cessar" na Ucrânia. "Chegamos a uma situação muito dramática. A Ucrânia luta literalmente pela sua sobrevivência", sublinhou Scholz, durante uma conferência de imprensa juntamente com o primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel. 

"Os movimentos das forças militares russas de que ficamos sabendo hoje são muito importantes e é por isso que não devemos ter ilusões", acrescentou. "As imagens que tivemos que deplorar até agora e que nos entristecem, com tantos mortos e feridos, os edifícios e infraestruturas destruídos, são apenas o começo do que provavelmente se seguirá", disse. 

Mais de 130 mortos

Ao menos 136 civis foram mortos na Ucrânia, incluindo 13 crianças, e 400 ficaram feridos desde o início da invasão na semana passada, afirmou nesta terça-feira o Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acrescentando que o número real quase certamente é muito maior.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as alegações de ataques russos a alvos civis e o uso de bombas de fragmentação e vácuo são falsas, acrescentando ser "fora de questão" que as sanções "nos forcem a mudar nossa posição" sobre a invasão.

md/cn (AFP, EFE, Lusa, AP)