1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Doação alemã: pedaços do Muro de Berlim para a ONU

(gh)8 de abril de 2002

Presidente do Parlamento alemão pede superação de fronteiras. Guerra fria amarrou as mãos das Nações Unidas, diz Annan.

https://p.dw.com/p/23o8
Fragmentos do Muro de Berlim vendidos como suvenirs após a queda em 1989Foto: AP

Três pedaços do Muro de Berlim encontram-se desde esta quinta-feira (4) no jardim das Nações Unidas, em Nova York. Os monumentos de concreto de 3,6 m de altura foram entregues pelo presidente da câmara baixa do Legislativo alemão (Bundestag), Wolfgang Thierse, como "testemunho do poder da vontade popular" e símbolo de esperança.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que se trata de um presente com grande valor simbólico e, ao mesmo tempo, de uma declaração de confiança da Alemanha na Organização das Nações Unidas. "É absolutamente correto que um pedaço do Muro de Berlim agora se encontre na sede das Nações Unidas", declarou Annan. Ele acrescentou que também a ONU esteve de mãos amarradas durante a Guerra Fria. Segundo ele, a queda do Muro de Berlim, em 1989, teve um efeito libertador para toda a comunidade internacional.

Respeito às vítimas - Thierse lamentou que a esperança de uma era de ouro da paz tenha sido frustrada após o fim do conflito Leste-Oeste. "Basta lembrar a guerra nos Bálcãs", disse. Ele declarou que os segmentos do muro, de 2,75 toneladas cada um, arrancados das proximidades do Portão de Brandemburgo, na praça Leipziger Platz, são uma advertência de que só a superação das fronteiras garante uma paz duradoura.

É isso que simboliza também uma foto colada sobre as relíquias de concreto, em que duas pessoas se abraçam por cima do muro. "Para superar fronteiras, é preciso ter paciência, persistência e aliados. Essa é a mensagem desse monumento político", disse Thierse.

Segundo o presidente do Bundestag, manter viva a lembrança do tempo da divisão da Alemanha é uma obrigação em respeito às pessoas que morreram na resistência. Thierse lembrou que cerca de mil pessoas perderam sua vida nas fronteiras interalemãs, 230 das quais ao tentarem cruzar o Muro de Berlim. Annan disse que os pedaços do muro são a prova de que as divisões nem sempre são tão insuperáveis quanto parecem.