Ebola já deixou mais de 2,6 mil mortos na África Ocidental, diz OMS
18 de setembro de 2014A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira (18/09) o novo relatório sobre o avanço da maior epidemia do ebola na história. Segundo o documento, ao menos 5.335 casos de infecções pelo vírus foram confirmadas.
De acordo com a agência das Nações Unidas, 2.622 pessoas morreram por causa da epidemia em Guiné, Libéria, Senegal, Nigéria e Serra Leoa, no oeste da África. Os dados contabilizam apenas os casos registrados até o dia 14 de setembro. O documento mostra ainda que 45% dos casos foram registrados apenas nas últimas três semanas.
A capital liberiana de Monróvia concentra a maior parte dos casos de infecção e mortes. O pior surto do vírus já registrado na história já fez 1.429 vítimas no país – mais da metade do total. Em Guiné, foco do início da infecção no começo do ano, os números permaneceram estáveis, e em Serra Leoa a transmissão da doença se concentra na capital Freetown e nas áreas urbanas próximas.
O vírus também tem se espalhado por Senegal e Nigéria, onde já foram registradas oito mortes. Segundo a OMS, ainda não há sinais de que o avanço da doença esteja desacelerando.
Ainda na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai lançar em Nova York uma coalizão de resposta global ao ebola. O plano envolverá ONU, OMS e o governo dos Estados Unidos.
Fome em Serra Leoa
Especialistas humanitários preveem uma crise de desnutrição em Serra Leoa. Com aldeias em quarentena e o transporte de alimentos restrito, o preço dos alimentos subiu drasticamente, enquanto que o suprimento de recursos está baixo.
"Nós esperamos uma crise de fome severa para o mês de março", afirmou Jochen Moninge, diretor da ONG humanitária alemã Welthungerhilfe.
Apenas 40% dos campos agrícolas do país ficaram em atividade neste ano. "A economia entrou em colapso. As empresas estrangeiras deixaram o país. Os mercados e as rotas de comércio foram fechadas", disse Moninge.
Nesta semana, a ONU pediu 1 bilhão de dólares em recursos para combater a crise na África Ocidental. Os Estados Unidos anunciaram o envio de 3 mil militares para a região. Em resposta ao pedido da presidente da Libéria, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, prometeu o envio de doações, medicamentos e de um hospital móvel.
KG/dpa/rtr/afp