Efeito positivo da Copa sobre economia alemã tem vida curta
11 de julho de 2006"Uma grande Copa do Mundo por si não garante o funcionamento de uma economia inteira", disse o presidente do Bundesbank, Axel Weber, em entrevista publicada no jornal Die Welt.
"A atual sensação positiva é um fenômeno de curto prazo. O que importa são as tendências de longo prazo. Portanto, não vai levar muito tempo até estarmos falando sobre os mesmos problemas que tentamos resolver há anos", afirmou o chefe do banco central alemão.
Weber, que faz parte do conselho de decisões do Banco Central Europeu, foi entrevistado pelo jornal juntamente com Hans-Joachim Körber, presidente da cadeia de distribuição Metro, e Peter Bofinger, um dos chamados "Cinco Sábios", um grupo de consultores econômicos independentes que assessora o governo alemão.
Efeito de vida curta
Körber e Bofinger concordam que o chamado "efeito Copa do Mundo" terá vida curta para a economia alemã. "É bom que as pessoas do país saibam novamente o que é uma atmosfera positiva. Mas a Copa do Mundo acabou, enquanto os problemas continuam", lembrou Körber.
Para Bofinger, "certamente não podemos descansar. Mas não é como se estivéssemos bem no início das reformas, como se sugere repetidamente. Comparada a nossos vizinhos europeus, a Alemanha já conquistou muito. Após o último pacote de reformas, o estado de espírito é o melhor desde 1991".
Weber alertou que o crescimento da economia alemã vai retroceder no próximo ano, como resultado da decisão do governo de aumentar o Imposto sobre Valor Agregado em três pontos percentuais, passando para 19% a partir de 1º de janeiro de 2007.
Aumentos à vista
O Bundesbank está prevendo um aumento do Produto Interno Bruto em 1,5% este ano e 1,1% em 2007. "Sabemos por experiência que tais aumentos de impostos têm um efeito de freio muito forte sobre o consumo privado", afirma Weber.
Acoplado a preços de petróleo elevados, que aumentam os custos de energia e combustível, o aumento do IVA consumirá as rendas líquidas e elevará a inflação, segue o diretor do Banco Central alemão.
O Banco Central Europeu está preocupado que os preços do petróleo elevados provoquem uma espiral inflacionária, em razão da qual sindicatos exigirão aumentos salariais para compensar a perda de poder aquisitivo decorrente do aumento dos preços da energia.