EI executa jovem acusado de espionagem
11 de março de 2015O grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) divulgou um vídeo na internet no qual um menino atira na cabeça de um jovem de 19 anos acusado de espionagem. Segundo os jihadistas, o árabe-israelense Mohamed Said Ismail Musalam seria um agente do serviço de inteligência de Israel.
As imagens divulgadas nesta terça-feira (10/03) mostram um militante do EI e um menino, que aparenta ter por volta de 12 anos, usando uma roupa camuflada. Os dois aparecem atrás de Musalam, que veste uma túnica laranja semelhante à usada por vítimas dos terroristas em outros vídeos.
Em francês, o militante do EI faz uma breve declaração, acusando o rapaz de trabalhar para o Mossad, serviço secreto de Israel. Em seguida, o menino atira na cabeça do refém.
O Ministério israelense do Exterior não fez comentários sobre o vídeo, cuja autenticidade ainda não foi confirmada. As imagens, no entanto, foram divulgadas por um veículo de mídia a serviço do EI e são bastante semelhantes a outras divulgadas anteriormente pelos jihadistas.
Nos últimos meses, os militantes do EI postaram na internet uma série de vídeos mostrando a execução de reféns, geralmente cidadãos de países engajados na luta contra o grupo jihadista e que apoiam a ofensiva aliada contra o EI na Síria e no Iraque. Se confirmada, a morte do jovem árabe-israelense será a primeira relacionada a acusações de espionagem.
Segundo parentes de Musalam, o jovem teria deixado a família escondido para juntar-se às fileiras do "Estado Islâmico" na Síria há quatro meses. Em um contato feito com o pai logo depois, porém, ele teria demonstrado interesse em deixar a organização quando estava na cidade síria de Raqqa e se mostrado desiludido com o grupo.
Há pouco mais de um mês, a família recebeu uma ligação de uma pessoa não identificada dizendo que Musalam tinha tentado fugir, sido capturado num posto de controle turco e, então, levado a uma prisão dos jihadistas.
Os militantes não deixaram claro o motivo pelos qual o rapaz estava sendo acusado de espionagem. O pai da vítima declarou à agência de notícias Associated Press, no entanto, que os jihadistas temiam que o filho pudesse vazar informações às autoridades israelenses quando voltasse para casa.
MSB/ap/afp