Remessa de dinheiro
14 de janeiro de 2007A seleção brasileira de futebol está, de fato, entre os poucos que não guardam boas recordações da Copa do Mundo de 2006. Os investimentos no Mundial da Alemanha aqueceram a economia do país de tal maneira que, passados seis meses do término da competição, os resultados continuam a aparecer.
E se a Alemanha faturou com o Mundial, os imigrantes que trabalham no país saíram ganhando também. De acordo com um balanço extra-oficial da agência do Banco do Brasil (BB) em Frankfurt, apresentado à DW-WORLD, a remessa de dinheiro dos brasileiros que vivem na Alemanha passou de 30 milhões de reais em 2006.
Mais brasileiros no país
"Tivemos um crescimento das remessas de pessoas físicas de quase 20% em relação a 2005. Isso deve-se ao número maior de brasileiros na Alemanha, ao nosso trabalho de divulgação e especialmente à Copa do Mundo", informa o gerente-geral do BB em Frankfurt, Emir Ernesto Rutsatz.
O gerente esclarece que 90% do volume transferido pelos brasileiros no ano passado – algo em torno de 28 milhões de reais – se deu através do "remessa fácil", sistema criado pelo BB em 1998 para facilitar o envio de dinheiro ao Brasil. "Só pelo remessa fácil, tivemos quase 14 mil envios em 2006. Hoje, quase sete mil brasileiros já utilizam este serviço na Alemanha".
Ainda de acordo com o gerente, o envio de dinheiro por pessoa física, entre os dois países, sempre gera uma vantagem para o Brasil. "De lá para cá [do Brasil para a Alemanha], eu diria que foram enviados valores em torno de apenas 10% dos 28 milhões de reais enviados daqui para lá [da Alemanha para o Brasil]", compara Rutsatz.
Fenômeno típico
O aumento das remessas de dinheiro de brasileiros que vivem na Alemanha, via Banco do Brasil, segue uma tendência de crescimento verificada em países onde é grande o número de imigrantes oriundos de países em desenvolvimento.
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em 2004 a remessa de dinheiro de imigrantes para a América Latina chegou a 45,8 bilhões de dólares. Estima-se que 25 milhões de latino-americanos estejam vivendo fora de seus países de origem. Como cresce o número de imigrantes, pressupõe-se que a remessa de dinheiro siga em alta.