Em busca do penta, Itália precisa de Balotelli e Pirlo
6 de junho de 2014A Itália é a única seleção que pode se igualar ao Brasil em títulos mundiais. A tetracampeã Squadra Azzurra busca o penta da mesma maneira como conquistou as taças de 1982 e 2006: com uma defesa sólida, com um ou dois jogadores de destaque e sem a tarimba de favorito. Deixando de lado o "fator camisa", o elenco italiano para o Mundial é mediano, se comparado aos favoritos Espanha, Alemanha e Brasil.
A equipe tem como base a Juventus, atual tricampeã italiana. Na defesa, Bonucci, Chiellini e Barzagli fazem parte do esquadrão da Velha Senhora, que ainda tem o lateral De Sciglio, do Milan. O goleiro Buffon, também da Juventus, é titular da Azurra e está indo para sua quinta Copa, igualando o recorde do alemão Lothar Matthäus e do goleiro mexicano Antonio Carbajal.
No meio de campo, o treinador Cesare Prandelli armou com Thiago Motta, De Rossi, Claudio Marchisio (também da Juventus) e Candreva um ferrolho para proteger a armação do sempre preciso Pirlo. O veterano meia mostrou na Copa das Confederações e no Campeonato Italiano que ainda pode jogar em alto nível: bola no chão, ótimos passes, precisão nas bolas paradas e um estilo de jogo cadenciado fazem dele o jogador mais importante taticamente.
O astro é Mario Balotelli. Isolado no comando de ataque, Super Mario muitas vezes fica distante do restante da equipe. Mas Prandelli é um fervoroso adepto do esquema 4-5-1, com a pequena variação com a entrada de um ponta veloz, como foi com Emanuele Giaccherini na Copa das Confederações.
Agora, as opções para acelerar o jogo italiano são Ciro Immobile e Lorenzo Insigne. Apesar da má temporada no Milan, passa muito pelos pés de Balotelli a chance de a seleção italiana apagar a imagem ruim deixada na Copa de 2010, quando ficou apenas em quarto num grupo que tinha Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia.
A curiosidade na lista de Prandelli é que, no momento da convocação, apenas três jogadores atuavam fora da Itália. E todos no Paris Saint-Germain: o brasileiro naturalizado Thiago Motta, o goleiro reserva Salvatore Sirigu e o meia Marco Verratti. Na época, Immobile ainda era jogador do Torino, mas já assinou contrato com o Borussia Dortmund, da Alemanha.
A grande ausência é Riccardo Montolivo, que fraturou a tíbia em um amistoso preparatório para a Copa. O meia do Milan é o perfeito parceiro para Pirlo no meio, pois tem melhor chegada ao ataque do que Marchisio. Além disso, o espírito de liderança de Montolivo é muito apreciado por Prandelli.
O sorteio para o Mundial no Brasil não favoreceu a Squadra Azzurra. Além de jogar em Manaus, Recife e Natal – locais extremamente quentes e úmidos – a Itália tem a missão duríssima de ter que bater Inglaterra e Uruguai. A estreia será contra os ingleses, no dia 14 de junho. Os dois últimos confrontos entre as duas seleções, ambos em 2012, foram equilibrados: uma vitória inglesa em um amistoso e uma vitória italiana, nos pênaltis, na Eurocopa.
Depois do jogo em Manaus, a Itália segue para o Recife, onde enfrenta a Costa Rica, em 20 de junho, e fecha sua participação no grupo contra o Uruguai, em Natal, no dia 24. Com um grupo extremamente parelho, a seleção italiana não poderá se dar o luxo de testar na primeira fase. A estreia contra os ingleses vai definir o futuro da Itália – para o bem ou para o mal.
Os 23 convocados:
Goleiros:
Gianluigi Buffon (Juventus)
Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain/FRA)
Mattia Perin (Genoa)
Defensores:
Ignazio Abate (Milan)
Andrea Barzagli (Juventus)
Leonardo Bonucci (Juventus)
Giorgio Chiellini (Juventus)
Matteo Darmian (Torino)
Mattia De Sciglio (Milan)
Gabriel Paletta (Parma)
Meio-campistas:
Alberto Aquilani (Fiorentina)
Antonio Candreva (Lazio)
Daniele De Rossi (Roma)
Claudio Marchisio (Juventus)
Thiago Motta (Paris Saint-Germain/FRA)
Marco Parolo (Parma)
Andrea Pirlo (Juventus)
Marco Verratti (Paris Saint-Germain/FRA)
Atacantes:
Mario Balotelli (Milan)
Antonio Cassano (Parma)
Alessio Cerci (Torino)
Ciro Immobile (Borussia Dortmund/ALE)
Lorenzo Insigne (Napoli)