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Em cúpula do G7, Trump defende mundo livre de tarifas

9 de junho de 2018

Em meio a críticas aos EUA pela imposição de sobretaxas comerciais a aliados, presidente americano diz ser favorável ao livre-comércio entre os sete países industrializados.

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Donald Trump
Trump esteve reunido com os líderes do G7 em La Malbaie, no Canadá, para a cúpula anual do grupoFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Vucci

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu na cúpula do G7 ao afirmar ser favorável a um mundo livre de tarifas. A declaração vem em meio a críticas a Washington pela imposição de pesadas sobretaxas comerciais a adversários e aliados.

Em coletiva de imprensa neste sábado (09/06), antes de deixar a cúpula anual do G7 em La Malbaie, no Canadá, Trump confirmou ter proposto aos demais líderes que trabalhem para abolir tarifas e barreiras comerciais entre os países do grupo, no que seria um grande acordo de livre-comércio.

"É assim que deve ser. Sem tarifas, sem barreiras. E sem subsídios", declarou o presidente americano, ao ser questionado se, de fato, fez a proposta aos líderes do G7 em reunião nesta sexta-feira, conforme havia antecipado o site de notícias Politico. "Tivemos debates extremamente produtivos sobre o que é necessário para ter trocas comerciais justas."

Segundo o veículo, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, teria respondido positivamente à proposta do americano, afirmando que tomará a sugestão como "ponto de partida".

Na coletiva, Trump ainda ameaçou parar de comercializar com os países que mantiverem tarifas às exportações americanas, especialmente no setor agrícola. "Isso tem que acabar, ou nós deixaremos de negociar com eles", afirmou a repórteres.

O republicano voltou a afirmar que os EUA têm sido tratados de maneira injusta por seus aliados e parceiros comerciais e que, por isso, o país não teria nada a perder numa guerra comercial. "Eles fazem muito mais negócios conosco do que nós fazemos com eles. Não poderíamos perder."

Reunidos com Trump, os líderes do G7 e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apresentaram números para convencer o líder americano dos benefícios das relações comerciais, mas ele levou seus próprios dados, insistindo que os EUA estão em desvantagem no comércio internacional.

G7 busca consenso

Os líderes do G7 – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais União Europeia – estão reunidos em La Malbaie para uma reunião de dois dias, que deve terminar com um comunicado final resumindo os pontos de consenso entre os países, como é tradição.

No entanto, as divergências com Trump, sobretudo quanto ao comércio, ameaçam o sucesso do documento conjunto, previsto para ser divulgado mais tarde neste sábado. Antes da cúpula, o líder foi alvo de críticas de alguns de seus aliados europeus.

As tensões provêm em grande parte da decisão do presidente americano de impor tarifas rígidas sobre as importações de aço e alumínio a cinco de seus seis parceiros do G7. Recentemente também iniciou uma investigação comercial que poderá provocar tarifas adicionais sobre carros importados.

"Ótimas relações"

Na coletiva deste sábado, Trump insistiu ter ótimas relações com os líderes do G7, apesar de suas ações recentes – que ainda incluem a retirada dos EUA de acordos internacionais, como o pacto nuclear com o Irã – terem agravado os laços do país com alguns de seus aliados históricos.

"O nível de relacionamento é nota 10. Temos ótimas relações", afirmou o presidente, mencionando especificamente os líderes da Alemanha, Angela Merkel, da França, Emmanuel Macron, e do Canadá, Justin Trudeau, usando seus primeiros nomes. "Eu não os culpo. Culpo nossos líderes anteriores."

Trump, no entanto, não deu indicações de que voltaria atrás nas tarifas impostas ao aço e alumínio, que servem para pressionar os países atingidos. "Nós somos como um cofrinho que todo mundo está roubando. E isso vai acabar", declarou.

O líder americano, que foi o último líder a chegar a La Malbaie, deixou o Canadá antes do encerramento da cúpula, neste sábado, para viajar a Cingapura, onde será realizado um histórico encontro com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na próxima terça-feira.

EK/dpa/efe/lusa/rtr/ots

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