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Empresariado pessimista em relação a 2003

Karl Zawadzky/rw30 de dezembro de 2002

Perspectivas da economia alemã são as piores dos últimos dez anos. Prognósticos de vendas, investimentos e criação de novos empregos nunca foram tão ruins desde o início da recessão em 1992-1993.

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Construção civil alemã, em crise há vários anosFoto: AP

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto da Economia Alemã, com sede em Colônia, apenas dois setores econômicos de um total de 44 têm melhores perspectivas para 2003 do que as feitas 12 meses atrás. Nenhum setor planeja expandir e criar novos empregos no ano que vem. Pelo contrário, 38 de 44 associações patronais acreditam que continuarão demitindo.

Enquanto alguns setores se contentariam com uma estagnação, em 18 ramos econômicos o empresariado calcula inclusive quedas tanto na produção como nas vendas.

A pesquisa, realizada todos os anos junto às federações e associações comerciais e industriais, revelou ainda que 26 ramos econômicos planejam reduzir os investimentos em 2003. Mesmo as principais empresas exportadoras, que até o momento vinham sustentando a conjuntura alemã, admitem que ficarão marcando passo no ano que se inicia.

Quem ainda se atreve a investir em algum setor, o fará na racionalização, seja da produção ou da mão-de-obra, visando a reduzir despesas. A fim de fugir dos altos custos sociais na Alemanha, muitos empresários pensam seriamente em transferir os centros de produção para países de mão-de-obra mais barata.

Indústrias química e do aço um pouco otimistas

O pessimismo atinge até a indústria automobilística, um dos carros-chefes da economia alemã. Em 2002, as vendas do setor caíram em geral 5%. Só na Alemanha, foram comprados 4% menos automóveis e 10% menos caminhões pesados novos. O empresariado prevê que seus negócios em 2003 dependerão mais do que nunca das condições políticas e do desenvolvimento da conjuntura mundial.

Chemieindustrie
Centro de produção de materiais sintéticos da BASF alemãFoto: AP

Apenas as indústrias química e do aço estão levemente otimistas. Sua situação no ano que passou foi tão ruim, que daqui por diante só pode melhorar. A confiança concentra-se na expectativa de que os estoques estejam tão baixos que os clientes sejam obrigados a iniciar suas encomendas no começo do ano.

O ano também foi decepcionante para a Federação da Indústria Mecânica, responsável pela produção de máquinas e equipamentos. As perdas nas bolsas de valores e a crise do Iraque influíram de forma marcante no mercado mundial, que continua extremamente sensível.

Construção civil em situação péssima

A maioria do empresariado alemão arrisca prever leves melhoras na conjuntura só para o segundo semestre de 2003. A construção civil, em crise há vários anos, acredita que prosseguirão nos próximos meses as quedas drásticas nas encomendas e as reduções no quadro de funcionários.

Winterschlußverkauf
Varejo enfrenta crise com promoçõesFoto: AP

Também no comércio varejista as perspectivas nunca estiveram tão pessimistas, com várias firmas ameaçadas de fecharem suas portas. A mesma ladainha é repetida pelo empresariado de eletroeletrônica e indústria alimentícia.

Encomendas, produção e faturamentos são cada vez mais baixos. O setor de alimentos é um dos que sofre especialmente em tempos de crise, pois o consumidor deixa de fazer compras espontâneas.

Com as novas taxas e impostos que entram em vigor a partir de 1º de janeiro, haverá menos dinheiro ainda para gastos extras, prevê o setor.

As firmas da área de artes e ofícios, que empregam instaladores, encanadores, marceneiros, etc., sofreram uma queda de 4% e tiveram que demitir 5% dos trabalhadores no ano que se encerra. Calcula-se que 2002 tenha sido o pior ano do setor desde a unificação alemã, em 1990.