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Empresas alemãs envolvidas no escândalo do petróleo

(rr)16 de abril de 2005

Segundo a comissão de investigação da ONU, entre as 150 empresas alemãs ligadas ao programa Petróleo por Comida há algumas envolvidas em operações ilegais. Nomes, no entanto, não foram divulgados.

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Líder da Comissão de Investigação critica Conselho de Segurança da ONUFoto: AP

Segundo informações da comissão de investigação das Nações Unidas, empresas alemãs também estariam envolvidas no escândalo relacionado ao programa Petróleo por Comida no Iraque. "Temos sinais de pagamentos vindos da Alemanha", informou a comissão ao Süddeutsche Zeitung.

Os investigadores teriam encontrado "algumas centenas" de cartas de diversos países, nas quais empresas se declaram dispostas a pagar quantias ilegais ao governo de Saddam Hussein, informou o suíço Mark Pieth, líder da comissão de investigação criada pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, ao jornal alemão.

De 1996 a 2003, o programa humanitário Petróleo por Comida permitiu ao Iraque vender petróleo em troca de comida, medicamentos e outros bens civis. Durante sua existência, o Iraque vendeu 64 bilhões de dólares em petróleo, reduzindo assim o impacto das sanções impostas ao regime. No entanto, a comissão acusa a existência de altas quantias pagas ilegalmente por empresas petrolíferas e pessoas físicas ao governo Hussein.

150 empresas alemãs envolvidas

A comissão ainda não confirmou o envolvimento direto de companhias alemãs. Ao menos por enquanto, nenhum nome foi citado. "Estamos tentando obter apoio voluntário destas firmas. Só divulgaremos nomes caso elas não reajam a nossas interpelações", avisa Pieth.

Das quatro mil empresas envolvidas no programa, cerca de 150 seriam provenientes da Alemanha. A comissão evitou comentar quantas delas estariam ligadas a operações ilegais. Maiores informações só serão divulgadas no relatório final da comissão, que deve ser publicado em julho ou agosto deste ano.

Governos teriam se servido dos encargos

De acordo com a comissão, as operações teriam sido feitas com sobretaxas de 5 a 20%, sendo que o Banco Central da Jordânia teria desempenhado um papel central. Além do mais, haveria uma verdadeira rede de mandantes que teriam possibilitado as transferências financeiras. "Até mesmo embaixadas estão envolvidas", contou Pieth ao Süddeutsche Zeitung. "Há diversos mandantes envolvidos nesse jogo e tentaremos descobrir seus nomes."

A comissão se concentrará na análise de alguns casos e enviará o material obtido aos responsáveis penais de cada país. "Não podemos analisar todos os casos", explica. Pieth também critica o papel desempenhado pelo Conselho de Segurança da ONU na distribuição dos encargos do programa. Segundo ele, os países mais poderosos do grêmio teriam "se aproveitado" e influenciado a escolha das firmas participantes.