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Mão-de-obra local

Sean Sinico (av)30 de março de 2007

Apesar de advertências oficiais, cerca de 100 alemães querem ou têm que estar no Iraque. Porém as companhias cada vez mais se fazem representar por iraquianos, evitando perigosas estadas na região de crise.

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Fora da capital, o Iraque é um barril de pólvoraFoto: AP

A mulher de 61 anos e seu filho de 20 anos – que estão sob ameaça de morte, caso Berlim não retire suas tropas do Iraque – não foram os primeiros alemães seqüestrados naquele país árabe.

Apesar das claras instruções do Ministério alemão do Exterior, para que se evite viagem ou permanência no Iraque em meio a uma série de incidentes envolvendo raptos pelas milícias locais, ainda há cerca de 100 alemães vivendo no país.

Segundo porta-voz do Ministério, este número inclui funcionários da embaixada, pessoas em viagens curtas ou com laços de família no Iraque. Nesta última categoria, a maioria é de mulheres casadas com iraquianos, vivendo no país há anos.

Alvos preferenciais

Deutsche Botschaft in Bagdad
Policial vigia embaixada alemã em BagdáFoto: picture alliance / dpa

Qualquer que seja o caso, os estrangeiros enfrentam sempre um perigo maior do que os iraquianos natos, por serem alvos mais expostos, explica Nadine Flache, do Rebuild Iraq Recruitment Program. Com base em Berlim, esta organização se especializa em encontrar empregados iraquianos para firmas européias.

Devido à gritante instabilidade no país, grande parte das companhias alemãs está preferindo se fazer representar por iraquianos, em vez de enviar seu próprio pessoal à região de crise.

"Companhias alemãs e européias podem manter projetos no Iraque, mesmo reduzindo ao mínimo o número de viagens de seus quadros", assegura Flache. É especialmente pronunciada a demanda de iraquianos com título universitário e aptidões técnicas. Porém as empresas têm igualmente procurado contadores e cozinheiros.

Perigo fora de Bagdá

Gelan Khulusi, diretor da Midan, associação teuto-iraquiana para médias empresas, revelou à emissora ZDF que os alemães continuam fazendo viagens breves ao Iraque.

"Alguns ministérios ou empresas nacionais exigem a presença de seus parceiros alemães ou de outras nacionalidades na assinatura de contratos. Esta é uma razão por que empresários alemães se encontram em Bagdá de tempos em tempos."

Porém, os que visitam o Iraque raramente estão conscientes do perigo que o país representa, fora da capital, afirma Alex Breingan, consultor de segurança particular e chefe da Praetoria Consulting.

"As pessoas ficam bastante surpresas quando as confrontamos com o número real de ataques, fuzilamentos e pessoas assassinadas em outras regiões", comenta.

Breingan mantém uma equipe de 800 guarda-costas, e tem trabalhado com empresas alemãs de médio e grande porte. Suas ofertas de proteção variam desde comboios de alto perfil a transportes mais discretos. Os custos variam de 4000 a 8000 euros por dia, dependendo da tarefa e da locação.

Ajuda fatal

Margaret Hassan, leiterin der Hilfsorganisation CARE im Irak, die am 19. Oktober entführt wurde
Margaret Hassan, da Care International, seqüestrada e morta no Iraque em 2004Foto: dpa

Membros de organizações humanitárias estão igualmente ameaçados. Desde 2003, pelo menos 84 deles foram mortos no Iraque, de acordo com o grupo NCCI de coordenação de ONGs. Contudo o contato regular e prolongado do grupo com iraquianos favorece que se tornem alvos de seqüestro.

Baseada em Bonn, a Help foi a última organização alemã manter atividades no Iraque, havendo interrompido suas atividades no início de março de 2007. O grupo se responsabilizava pelo abastecimento de água e a desativação de minas e bombas não-detonadas.

"Deixamos de utilizar funcionários internacionais em setembro de 2004", explica o porta-voz Berthold Engelmann. "Continuamos operando com ajudantes nativos até o final de fevereiro [de 2007], mas devido à situação de segurança, não podemos mais trabalhar aqui, em absoluto."