Empresários e nomes de confiança integram gabinete de Macri
26 de novembro de 2015Durante a campanha eleitoral, Mauricio Macri, um dos homens mais ricos da Argentina, prometeu voltar o país para a economia de livre mercado. O presidente recém-eleito deu o primeiro sinal dessa mudança nesta quarta-feira (25/11), ao anunciar seu gabinete, composto em parte por nomes de peso do setor privado.
Para o cargo de ministro da Fazenda e Finanças, Macri nomeou o economista Alfonso Prat-Gay, que foi, entre 2002 e 2004, presidente do Banco Central da Argentina e também foi executivo do banco JP Morgan.
"A herança [econômica] não é boa", disse Prat-Gay, após o anúncio, e declarou que deverá encontrar um nível muito baixo de reservas e um panorama negativo no Banco Central (BC) argentino. O futuro ministro ressaltou que espera que o atual presidente do BC, Alejandro Vanoli, renuncie ao cargo para o qual foi eleito até 2019, devido à falta de independência com a qual conduziu o trabalho nos últimos anos.
Caso Vanoli renuncie, Macri já nomeou o ex-diretor do Banco de Buenos Aires Federico Sturzenegger para a presidência do BC.
O Ministério de Minas e Energia ficou com Juan José Aranguren, ex-presidente da filial argentina da petrolífera Shell. Susana Malcorra será a nova ministra do Exterior. Atualmente Malcorra é chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no entanto, ela vem do setor privado e trabalhou por 25 anos para as empresas IBM e Telecom.
O lobista, ex-dirigente das Confederações Rurais Argentinas e crítico da polícia de Cristina Kirchner Ricardo Buryaile foi nomeado para liderar o Ministério da Agricultura e levar adiante as propostas eleitorais de eliminar impostos de exportação para milho e trigo, além de acabar com o sistema de cotas para controlar as remessas.
A grande surpresa no novo gabinete é Lino Barañao, atual ministro de Ciência e Tecnologia, que comanda a pasta desde 2007 e permanecerá no cargo no governo de Macri.
Nomes de confiança
O Chefe de Gabinete será Marcos Peña, homem de confiança do novo presidente e que coordenou a campanha à presidência. Hoje Peña é secretário-geral do governo municipal de Buenos Aires, onde Macri é prefeito.
Outras pastas serão ocupadas por nomes com experiência política na capital argentina – como Saúde, que ficará nas mãos de Jorge Lemus, que foi secretário do setor em Buenos Aires de 2007 a 2012; Transportes, que será comandado por Guilermo Dietrich, atual subsecretário do setor na capital; e Justiça e Direitos Humanos, ministério que ficará a cargo do ex-procurador-geral de Buenos Aires Germán Garavano.
O novo presidente argentino e seu gabinete tomam posse no dia 10 de dezembro.
CN/rtr/efe