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Energias renováveis são grandes geradoras de empregos

(ms)5 de julho de 2005

Uma pesquisa revelou que a maioria das empresas alemãs de energias renováveis espera aumentar o número de funcionários nos próximos anos. O setor aposta no mercado alemão e na exportação de seus produtos.

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Bons ventos sopram para o setorFoto: dpa

Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, a energia renovável é também importante geradora de emprego na Alemanha. Cresce no país o número de postos de trabalho para a produção de turbinas eólicas, módulos solares e geradores de biogás, por exemplo.

O setor está otimista, conforme revelou uma pesquisa encomendada pela Associação de Empresas Alemãs de Energias Renováveis (BEE). Das 318 firmas consultadas, 71% estimam que irão aumentar seu quadro de funcionários em pelo menos 30%. Cerca de 20% esperam duplicar seu número de empregados até 2010.

Windenergiemesse in Hamburg
Turbina eólicaFoto: HMC / Zielke

Atualmente o setor, que engloba a energia solar, eólica, geotérmica, biomassa e hidrelétrica, emprega 130 mil pessoas, conforme informou o presidente da BEE, Milan Nitzschke. A expectativa de faturamento segue esta tendência positiva.

Mais de 75% das empresas esperam que em 2010 o faturamento tanto no mercado interno quando externo seja bem superior ao de 2004, um ano em que o setor registrou recorde no volume total de faturamento, no valor de 11,5 bilhões de euros. "As energias renováveis são a tecnologia-chave para a Alemanha", garantiu Nitzschke.

Futuro promissor

As empresas têm investido na pesquisa de novas tecnologias que possam ser utilizadas no setor de energias renováveis. Um exemplo é a firma Q-Cells, fabricante de células solares de alta eficiência, que recebeu recentemente um prêmio dado a novos empreendimentos. O diretor de marketing da empresa, Daniel Cintolesi, explica os motivos pelos quais sua firma foi agraciada.

"Desde 2001, Q-Cells investiu 200 milhões de euros e contratou 716 funcionários. Até então as maiores fabricantes de células solares eram empresas japonesas. Este ano, pela primeira vez, uma empresa alemã está entre as três maiores fabricantes de células solares do mundo".

Lei que ampara o setor

Este é apenas um exemplo entre tantos outros no país. Segundo o presidente da BEE, as empresas de médio porte podem creditar seu sucesso à Lei de Energia Renovável. A legislação vigente obriga os operadores de rede de energia a comprar toda a energia renovável produzida na Alemanha e além disso garante o pagamento de uma taxa de compensação que varia de acordo com o tipo de geração.

Solarenergie in Marokko
Módulo para captação de energia solarFoto: TEMASOL

No caso da energia eólica são nove centavos de euro por quilowatt-hora. Energia solar recebe mais de 40 centavos por kWh, uma quantia bem superior. Para Nitzschke, sem esta regulamentação, as empresas de energias renováveis não teriam chance de crescer no mercado alemão.

Investimento e segurança

Somente neste ano de 2005, o setor deve investir 7 bilhões de euros. Os bancos analisam bem as condições de empréstimo e a viabilidade dos projetos. "Basicamente todos os partidos políticos já declararam que pretendem continuar fomentando as energias renováveis. Isso é bom, mas o que nós precisamos realmente é uma garantia de investimento."

Andreas Eichler, da empresa Vestas, que produz equipamentos para energia eólica, explica que o setor entraria em colapso se a legislação que regulamenta as energias renováveis fosse revista em caso de uma troca de governo em Berlim.

"Os projetos que realizamos hoje tem margens de lucro mínimas. Por isso, nenhum fabricante pode se dar ao luxo de deixar suas máquinas paradas por nove meses. Ninguém sobreviveria." O setor é unânime em afirmar que ainda precisa do fomento legal por mais alguns anos, até que as energias renováveis possam oferecer preços competitivos.

A legislação contribui para que tal realidade não seja muito distante. Desde 1990, o custo da energia eólica diminuiu 55%, enquanto a energia solar é oferecida hoje 70% mais barata. Para os próximos 15 anos, o setor estima uma nova redução de mais 40% nos preços.