Desemprego
31 de maio de 2011Menos de três milhões de desempregados, um panorama econômico melhor que o esperado, e os setores chaves da indústria alemã continuam crescendo. A economia alemã brilha atualmente, apesar da crise da dívida de vários países europeus.
Com a recuperação consistente por que passa a economia alemã, o número de desempregados caiu para abaixo dos três milhões de pessoas, conforme anunciou o departamento de estatísticas Destatis nesta terça-feira (31/05).
Em maio, foram contabilizadas oficialmente 2,96 milhões de pessoas sem emprego, 118 mil a menos que em abril. Em comparação com o mês anterior, a taxa de desemprego de maio caiu de 7,3% para 7%. É a menor taxa verificada em um mês de maio desde 1992.
Sinal de sucesso
O governo alemão considerou a estatística um resultado dos esforços para continuar diminuindo o desemprego na Alemanha. As oportunidades de emprego para quem está sem trabalho há muito tempo não são tão boas no país. Pela primeira vez em sete meses, o número de pessoas sem emprego ficou abaixo da marca dos três milhões.
Há um ano, quando ainda eram sentidos mais profundamente os efeitos da crise econômica e financeira internacional de 2008 e 2009, a taxa de desemprego na Alemanha era de 7,7%. O desemprego na Alemanha esteve pela última vez abaixo dos três milhões em novembro de 2010.
O aquecimento da economia alemã fez até os peritos do Instituto de Pesquisa Econômicas de Halle (IWH) elevarem sua previsão, avaliando que o PIB alemão subirá 3,6% em 2011, um crescimento tão forte quanto em 2010.
Em março, os especialistas prognosticaram um crescimento de 3%. Motivo para uma melhoria das expectativas foi o bom início de ano. Fortes impulsos vieram da demanda doméstica. Os analistas veem, entretanto, a crise da zona do euro como um risco para a recuperação alemã.
Melhoria deveu-se a aumento de encomendas
Na opinião de vários economistas, a melhoria no mercado de trabalho em maio deveu-se ao aumento das encomendas às empresas, que recrutaram mais pessoal. Rolf Schneider, analista da seguradora Allianz, afirmou que o desemprego deverá se manter abaixo dos três milhões no verão europeu, e só voltará a aumentar em janeiro e fevereiro, meses de frio na Europa.
"No momento, o mercado de trabalho é como uma esponja, absorve tudo", comparou, em Berlim, a ministra do Trabalho, Ursula von der Leyen, comentando os novos números. Segundo a ministra, existem atualmente um milhão de vagas nas empresas alemãs, "que é necessário preencher, integrando pessoas com mais dificuldades, e que têm estado à margem do mercado".
No mês passado, a população economicamente ativa na Alemanha atingiu também um valor recorde, situando-se agora nos 40,79 milhões de trabalhadores, segundo o Instituto Federal de Estatística (Destatis).
Desemprego preocupa vizinhos europeus
Enquanto o mercado de trabalho alemão vai de vento em popa, o desemprego continua preocupando nos países da zona do euro. Os 17 países do grupo apresentam uma média relativamente alta. Em abril, o Departamento Europeu de Estatísticas detectou uma taxa média de desemprego de 9,9%, o que corresponde a cerca de 15,5 milhões de pessoas sem trabalho na zona do euro. Em toda a União Europeia, a cota é de 9,4%.
Melhor do que a Alemanha, estão Holanda e Áustria, com uma taxa de 4,2%. A maioria dos desempregados estão na Lituânia, Letônia e na Espanha, com uma cota de desemprego 20,7%. Na Grécia, à beira da inadimplência, ela chega a 15,9%.
Também Portugal enfrenta a mais alta taxa de desemprego em 30 anos. No primeiro trimestre de 2011, chegou a 12,4%, informou em meados de maio em Lisboa o Instituto Nacional de Estatística.
MD/dpa/ap/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer