Equipes resgatam mais barcos no Mediterrâneo
6 de agosto de 2015Um dia após um barco lotado de refugiados virar próximo à costa da Líbia, a equipe de resgate internacional que procura sobreviventes da tragédia no Mediterrâneo foi chamada nesta quinta-feira (06/08) para resgatar outras embarcações à deriva na região.
"Estamos testemunhando um genocídio causado pelo egoísmo europeu", afirmou o prefeito da cidade italiana de Palermo, Leoluca Orlando, assim que o navio da Marinha irlandesa atracou, trazendo a maioria dos aproximadamente 400 migrantes resgatados da embarcação que afundou na quarta-feira.
As equipes também resgataram o corpo de 25 pessoas que morreram na tragédia. De acordo com o relato de sobreviventes, estima-se que a embarcação transportava mais de 600 pessoas no momento do acidente. Cerca de 200 continuam desaparecidas.
Orlando pediu também que os líderes europeus façam mais para prevenir esse tipo de tragédia e abram seus países para mais refugiados de guerra.
Fronteira mortal
O Mar Mediterrâneo é a fronteira mais mortal do mundo para migrantes. Mais de 2 mil pessoas já morreram neste ano tentando atravessá-la para chegar à Europa. De acordo com dados divulgados pela ONU nesta quinta-feira, cerca de 224 mil migrantes conseguiram completar esse trajeto e alcançar a União Europeia (UE).
Esse número é o maior já registrado e representa um aumento significativo no fluxo migratório em relação ao ano passado. Cerca de 219 mil migrantes chegaram à Europa por essa rota durante todo o ano de 2014.
"O que temos na porta da Europa é uma crise de refugiados", afirmou o porta-voz da ONU William Spindler.
Autoridades europeias afirmaram nesta quinta-feira que não há uma resposta simples para os desafios da migração e que é preciso uma ação coletiva.
"O que nós precisamos agora é a coragem coletiva para seguir com ações concretas", diz um comunicado assinado pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, pela chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, e pelo comissário para Migração e Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos.
CN/rtr/afp/dpa/ap