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Erdogan: "Ocidente conhece áudios de Khashoggi"

10 de novembro de 2018

Presidente da Turquia afirma que diversos governos ocidentais, incluindo a Alemanha, receberam e ouviram as gravações relacionadas ao assassinato do jornalista saudita.

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Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em púlpito, em meio a duas bandeiras da Turquia
Presidente turco, Recep Tayyip ErdoganFoto: picture-alliance/AP Photo/Presidential Press Service

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado (10/11) que seu país compartilhou os "registros" das gravações relacionadas com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi com governos de EUA, França, Reino Unido e Alemanha, entre outros, e que estes "ouviram as conversas".

"Demos os registros à Arábia Saudita, aos Estados Unidos, à Alemanha, à França, ao Reino Unido, a todos. Eles os ouviram e sabem das conversas. Eles sabem, com certeza, quem é ou quem são os assassinos", ressaltou Erdogan, se referindo às supostas discussões que teriam antecedido o assassinato do jornalista.

O presidente lembrou que as investigações turcas revelam a chegada de uma equipe de 15 agentes sauditas a Istambul no mesmo dia do assassinato de Khashoggi no consulado de seu país, em 2 de outubro.

"Não temos documentos, não há achados. Mas há informações. Essas 15 pessoas, com toda certeza, sabem tanto quem é o assassino como para onde o corpo foi levado", disse Erdogan durante uma entrevista em Ancara, antes de partir rumo a Paris para participar da comemoração dos 100 anos do armistício da Primeira Guerra Mundial.

Erdogan lembrou que, segundo Riad, o corpo foi entregue a um "colaborador local" e insistiu que a Arábia Saudita informe quem é esse colaborador caso ele realmente exista.

O presidente disse que a Turquia tinha conseguido que Riad enviasse seu procurador-chefe a Istambul para se reunir com seu colega turco, mas se queixou que o único resultado foi um convite ao procurador turco para ir à Arábia Saudita.

"O que o nosso procurador poderia fazer lá? O local do crime é aqui. É preciso falar aqui", disse o líder turco. "O assassino está entre esses 15. Não se precisa buscar em outro lugar", concluiu Erdogan.

Khashoggi, colaborador do jornal The Washington Post, foi morto em 2 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul, onde foi buscar documentos para seu casamento.

Depois de inicialmente negarem os fatos e sustentarem que o jornalista saiu a pé do consulado, as autoridades sauditas finalmente afirmaram que ele morreu durante uma ação "não autorizada".

A versão foi considerada uma tentativa de inocentar o poderoso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e o rei Salman, que não teriam conhecimento do plano. A alegação foi considerada internacionalmente como pouco digna de crédito.

Em um artigo publicado em 2 de novembro pelo The Washington Post, Erdogan acusou os "mais altos níveis" do governo de Riad de ordenar a execução, embora não tenha mencionado o rei Salman.

MD/efe/dpa

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