Escândalo na Fifa domina redes sociais
27 de maio de 2015A prisão de sete altos dirigentes do futebol mundial, entre eles o ex-presidente e atual vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, chegou a ser o assunto mais comentado no Twitter nesta quarta-feira (27/05).
Organizações de combate à corrupção, jogadores, entidades esportivas e jornalistas se manifestaram sobre as prisões e a investigação realizada pela Justiça dos Estados Unidos sobre um suposto esquema de pagamento de propina a cartolas.
A ONG Transparência Internacional, que combate a corrupção, afirmou que as prisões não chegam a ser exatamente uma surpresa. Uma pesquisa da organização divulgada recentemente mostrou que 69,2% dos entrevistados não confiam na Fifa.
A organização pediu ainda o adiamento das eleições para a presidência da Fifa e a renúncia de Joseph Blatter em prol de uma "boa governança do futebol".
O movimento Bom Senso FC, que defende mudanças no futebol brasileiro, afirmou nas redes sociais que a credibilidade da administração do esporte está sendo "contestada internacionalmente" e defendeu que a CBF deve explicações ao povo brasileiro.
O grupo ressaltou em sua página no Facebook que a prisão de Marin é o momento para que a corrupção no futebol brasileiro seja discutida e investigada. O movimento também usou a prisão de Marin e episódios recentes para reivindicar mudanças no esporte.
O jornalista alemão Jens Weinreich, que investiga corrupção no esporte, acompanhou a coletiva de imprensa da Fifa sobre as prisões e, em sua conta no Twitter, criticou a posição da entidade ao afirmar que Blatter não está envolvido. Para Weinreich, foi o francês quem construiu o sistema.
Críticas abertas a José Maria Marin e ao presidente da Fifa foram feitas pelo ex-jogador de futebol e atual senador Romário (PSB-RJ). Ele declarou esperar que Blatter também seja preso e parabenizou a iniciativa americana.
Outro ex-jogador que comentou as denúncias foi Leonardo. O ex-diretor de futebol do Paris Saint-Germain e do Milan disse que o escândalo da Fifa é uma vergonha para o esporte.
Já o rival de Blatter na corrida pela presidência da Fifa, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, aproveitou o escândalo para afirmar que a entidade precisa de uma nova liderança que "assuma a responsabilidade por suas ações e não transfira culpa". Hussein ressaltou que a crise não é nova e que precisa chegar ao fim.
A CBF se manifestou pelo Twitter e disse que apoia "integralmente toda e qualquer investigação" e reafirmou "seu compromisso com a verdade e a transparência".
O tópico Fifa foi o mais comentado no Twitter. Marin e Esquivel também entraram na lista mundial dos dez assuntos mais citados. No Brasil, Fifa e Blatter figuraram entre os temas do dia.