"Estado Islâmico" divulga decapitação de mais um americano
16 de novembro de 2014Os extremistas do "Estado Islâmico" (EI) reivindicam a decapitação do americano Peter Kassig, ajudante humanitário raptado na Síria em 2013, e de pelo menos outros quinze homens apresentados como soldados sírios em um vídeo divulgado neste domingo (16/11).
A morte de Kassig foi confirmada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, horas após a divulgação do vídeo no domingo. Em viagem de volta da Austrália, onde participou da cúpula do G20, Obama declarou a jornalistas que a execução do jovem americano foi um "ato de pura maldade cometido por um grupo terrorista".
As imagens mostram os jihadistas e os reféns caminhando aos pares e, em seguida, as vítimas sendo atiradas ao chão e decapitadas. O vídeo mostra ainda um homem mascarado com sotaque britânico ao lado de uma cabeça decapitada, a qual ele afirma ser de Kassig. Ele associa a execução ao envio de conselheiros dos EUA para ajudar tropas iraquianas na guerra contra o EI.
Acredita-se que o extremista que anuncia a morte do refém americano seja "Jihad John", o mesmo que decapitou os jornalistas também americanos James Foley e Steven Sotloff há algumas semanas.
Nos últimos quatro meses, os jihadistas executaram quatro ocidentais – os dois americanos e outros dois britânicos, Alan Henning e David Haines. Kassig seria, então, o quinto da lista.
Os terroristas já tinham ameaçado matar Kassig em um vídeo divulgado no dia 3 de outubro, no qual eles mostram decapitação de Alan Henning em retaliação aos ataques aéreos coordenados pelos EUA em áreas ocupadas pelo EI na Síria e no Iraque.
Convertido ao islã
Kassig, 26 anos, serviu como soldado no Iraque antes de se converter ao islã e fundar a organização humanitária "Resposta e Assistência Especial de Emergência", em 2012, na Turquia. O grupo distribui alimentos e medicamentos a refugiados e oferece treinamento de primeiros socorros a civis na Síria.
Segundo a família de Kassig, que adotou o nome islâmico Abdul-Rahman, o rapaz foi sequestrado no dia 1 de outubro do ano passado em uma ambulância que seguia para a cidade síria de Deir al-Zor, no leste do país, para uma entrega de remédios.
Acusado pela ONU de crimes contra a humanidade, o EI é responsável por terríveis atrocidades nas vastas regiões conquistadas na Síria e no Iraque, incluindo execuções, sequestros, estupros e limpeza étnica.
MSB/rtr/lusa/ap