EI paga até 10 mil dólares por recrutado
16 de outubro de 2015O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) paga até 10 mil dólares por cada pessoa que intermediários recrutam para se unir aos jihadistas na Síria e no Iraque, afirmou um relatório das Nações Unidas apresentado nesta sexta-feira (16/10), em Bruxelas. A Bélgica seria um dos principais países na Europa de origem de combatentes estrangeiros.
Os intermediários "são pagos em função do número de pessoas recrutadas e da aceitação dos voluntários de se casarem em seguida", disse o grupo de especialistas da ONU, que investigou as atividades de combatentes estrangeiros que se unem aos terroristas nas zonas de conflito. Muitos dos recrutadores agem a partir da Síria.
"Há casos em que os recrutadores recebem 2 mil, 3 mil e até 10 mil dólares, dependendo de quem é recrutado. Se é alguém com um nível elevado de educação, como um especialista em informática ou um médico, eles recebem mais", afirmou a diretora desse grupo de trabalho da ONU, Elzbieta Karska.
As investigações da ONU mostraram que o grupo extremista com sede na Bélgica Sharia4Belgium alistou a primeira onda de combatentes estrangeiros para o conflito na Síria, em 2010. Com a prisão de seus membros e o desmantelamento da organização, a forma para angariar aliados mudou. "O método-chave de recrutamento é através de redes informais de amigos e família e por meio das redes sociais", afirma Karska.
O relatório mostrou que existem diversos perfis de combatentes, porém, a idade média dos recrutas é de cerca de 23 anos. Karska ressaltou ainda que houve um aumento no número de mulheres que está deixando a Bélgica para se casar com jihadistas ou tomar conta de extremistas doentes ou feridos.
O documento apontou motivos variados para jovens se unirem ao "Estado Islâmico", indo de "convicção religiosa" até "espírito de aventura". Karska ressaltou também que nem sempre os combatentes estrangeiros sofriam com o desemprego no país de origem. "Muitos tinham boas condições materiais", reforça.
CN/lusa/afp