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"Estado Islâmico" tem e usou armas químicas, afirma a CIA

12 de fevereiro de 2016

Diretor da agência diz que o uso de armas químicas ocorreu várias vezes e afirma que o EI é capaz de produzir em pequenas quantidades os gases cloro e mostarda.

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Brennan alertou sobre o risco de o EI tentar vender armamentos para o OcidenteFoto: Getty Images/Win McNamee

O diretor da CIA, John Brennan, afirmou que o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) já utilizou várias vezes armas químicas, além de ser capaz de produzir em pequenas quantidades gás cloro e gás mostarda.

"Houve um número de vezes em que o EI usou armas químicas no campo de batalha", disse Brennan em entrevista ao programa 60 Minutes, da emissora de televisão americana CBS nesta quinta-feira (11/02). "Há também relatos de que o EI tem acesso a reagentes e munições químicas que eles podem usar", acrescentou.

O diretor do serviço secreto fez ainda um alerta sobre a possibilidade de o grupo terrorista tentar vender armas para o Ocidente para obter recursos financeiros. "Há esse potencial. Por isso é importante cortar as rotas de transporte e de contrabando que eles usam."

Ao ser questionado se havia americanos "ativos no terreno" e procurando esconderijos e laboratórios de armamentos químicos usados pelos jihadistas, Brennan disse que o serviço de inteligência está ativamente envolvido nos esforços para destruir o EI e obter o máximo de informações sobre o grupo na Síria e no Iraque.

A emissora divulgou apenas parte da entrevista, que vai ao ar neste domingo. As declarações de Brennan são semelhantes a comentários feitos recentemente pelo diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper.

"O Estado Islâmico usou produtos químicos e tóxicos no Iraque e na Síria, incluindo gás mostarda", afirmou Clapper ao Congresso nesta terça-feira. O diretor ressaltou que é a primeira vez que um grupo extremista produz e usa um agente de guerra químico desde o ataque realizado com gás sarin no metrô de Tóquio, em 1995.

Uso constante

Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, grupos rebeldes e o governo do presidente Bashar al-Assad acusam-se mutuamente de usar armas químicas. Depois de um ataque com gás sarin em agosto de 2013 nos subúrbios de Damasco, o regime, sob forte pressão internacional, concordou em destruir seu arsenal.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) foi responsável por essa destruição e afirmou que ela foi bem-sucedida. No entanto, armas químicas continuam sendo empregadas no conflito.

No ano passado, autoridades curdas do Iraque comprovaram por meio de testes sanguíneos que jihadistas do EI usaram gás mostarda, sarin e cloro contra combatentes peshmerga. Alguns dos 35 combatentes atacados tiveram que receber tratamento no exterior.

CN/afp/lusa