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Estados Unidos impõem novas sanções à Venezuela

2 de novembro de 2018

Medida atinge exportações de ouro venezuelano. No mesmo pacote, Trump determina punições econômicas contra Cuba e ameaça Nicarágua.

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Assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton
Sanções foram anunciadas pelo assessor de segurança nacional da Casa Branca, John BoltonFoto: picture-alliance/newscom/M. Theiler

Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (01/11) novas sanções contra a Venezuela, aumentando a pressão econômica sobre o governo do presidente Nicolás Maduro. As medidas impactam as exportações de ouro do país sul-americano.

O presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que proíbe cidadãos dos EUA de negociar ouro venezuelano com entidades e indivíduos que supostamente estariam atuando de forma corrupta dentro desse setor. 

Segundo o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, o governo de Maduro utiliza esse setor para financiar transações ilícitas, encher os cofres e apoiar grupos criminosos.

Washington calcula que nos últimos meses teriam saído da Venezuela 21 toneladas métricas de ouro, destinadas principalmente à Turquia em exportações que , segundo o subsecretário do Tesouro, Marshall Billingslea, não tem contabilidade alguma.

Em 2016, na tentativa de criar uma fonte de receita alternativa ao petróleo, Maduro declarou guerra à mineração ilegal e fez do ouro uma prioridade estratégica. Críticos e líderes da oposição afirmam que a decisão levou a um surto de garimpagem e violência, com o governo se aproveitando dos benefícios da exploração ilegal.

As receitas da exportação de ouro permanecem pequenas na Venezuela em comparação com o petróleo, responsável por 90% do volume total de exportações do país.

Além da Venezuela, Trump impôs ainda sanções contra Cuba, alegando que a ilha caribenha está ajudando Maduro. Pela medida, o Departamento de Estado acrescentou duas dúzias de empresas controladas pelo exército e pelos serviços de inteligência cubano à lista de companhias com as quais os americanos estão proibidos de realizar transações financeiras.

A reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, promovida no governo de Barack Obama a partir de 2014, esfriou com a chegada de Trump à Casa Branca, que endureceu as regras para americanos viajarem para a ilha caribenha e para empresas dos EUA fazerem negócios no país.

O governo Trump ameaçou ainda impor sanções contra a Nicarágua, mas não detalhou propostas concretas. No anúncio das medidas em Miami, Bolton chamou os três países de "troika da tirania" na América Latina. O assessor disse que estes países representam as "forças destrutivas de opressão, socialismo e totalitarismo".

A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica que se agravou nos últimos anos. Atualmente, 87% da população venezuelana se encontram em situação de pobreza. Maduro, no entanto, alega ser vítima de uma guerra econômica liderada pelos Estados Unidos.

A falta de segurança, os baixos salários, os altos preços e a escassez de produtos e medicamentos levou desde 2015 quase 2 milhões  de venezuelanos a emigrar, especialmente, com destino aos vizinhos Brasil e Colômbia, mas também para Peru e Equador.

CN/efe/lusa/rtr

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