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Estudo diz que trolls incitam debates antivacinas

24 de agosto de 2018

Pesquisadores de universidade dos EUA afirmam que perfis falsos nas mídias sociais disseminam "informações nocivas à saúde", provocando crescimento do risco de pandemias globais.

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Agente de saúde prepara vacina antes de aplicação
Taxas de vacinação têm caído, sobretudo devido a campanhas antivacinas, muitas vezes baseadas em informações falsasFoto: Reuters/P. Whitaker

Um novo estudo publicado nesta sexta-feira (24/08) pela revista científica American Journal of Public Health afirma que as mídias sociais estão sendo usadas para espalhar conteúdo nocivo à saúde, como material contrário a vacinas.

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA, descobriram que bots no Twitter e trolls russos são responsáveis pela disseminação da desinformação que "aumenta os riscos de pandemias globais".

"Militantes contra vacinação têm uma presença significativa nas mídias sociais, com até 50% dos tuítes sobre vacinação contendo crenças contrárias a vacinas", constatou o estudo, depois de analisar 900 tuítes em inglês tidos como de autoria de bots ou trolls.

Segundo os autores, bots podem disseminar malware ou informações falsas sobre saúde, e os trolls humanos baseados na Rússia ativamente "promoveram a discórdia".

O estudo, intitulado Weaponized Health Communication (comunicação armada de saúde), diz que os trolls russos e os sofisticados bots no Twitter postam conteúdo sobre a vacinação a taxas significativamente mais altas do que os usuários comuns.

Mas eles também dão igual atenção a argumentos pró e contra vacinação. "Parecem projetados para provocar uma resposta e prolongar uma discussão", diz o estudo. "Isso é consistente com uma estratégia de promover a discórdia em uma série de tópicos controversos – uma tática conhecida, empregada por trolls russos."

Os cientistas perceberam que os trolls usam uma técnica chamada "astroturfing", um termo usado para identificar a prática de organizações que se autopromovem como movimentos de base, mas que, na verdade, são financiadas por grupos poderosos.

O relatório alerta que o conteúdo antivacina apresenta riscos significativos à saúde pública, já que tem sido diretamente associado à diminuição das taxas de vacinação.

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