Estuprador e assassino de menor pega prisão perpétua
20 de novembro de 2001Stefan Jahn, de 25 anos, que raptou, estuprou e estrangulou com o próprio xale a menina Ulrike, de 12 anos, em fevereiro, foi condenado nesta terça-feira à prisão perpétua pelo Tribunal Regional de Frankfurt do Oder, no leste da Alemanha. Os juízes consideraram haver elevado grau de culpa do réu, o que significa que Jahn não poderá contar com a possibilidade de liberdade condicional após 15 anos, como é usual.
O tribunal não chegou a pedir a internação do criminoso por medida de segurança, como pleiteou o advogado dos pais da vítima, Gregor Gysi, o político socialista mais popular da Alemanha. Os juízes acataram requerimento da promotoria, recusando o pedido de Gysi. No entanto, o promotor responsável pelo caso, Carlo Weber, lembrou que Jahn deverá ser solto o mais tardar após cumprir 25 anos de prisão, conforme o direito penal.
O alto grau de culpa foi justificado pelos juízes pela brutalidade incomum e a crueldade com que Jahn cometeu o crime. Ele foi condenado por homicídio, estupro, abuso de menor, seqüestro, roubo e incêndio criminoso.
Comoção popular
— Ulrike desapareceu em 22 de fevereiro à tarde, depois de deixar a casa dos pais, em Eberswalde, estado de Brandemburgo, para ir a um treino de esporte. A bicicleta que ela utilizava foi encontrada perto de um bosque, onde se concentraram inicialmente as buscas.A primeira pista concreta, cinco dias depois, foi a descoberta de um Polo branco que tinha sido roubado alguns dias antes. No carro, todo queimado, encontraram-se vestígios da menina, que continuava desaparecida.
Nas buscas, que se estenderam por duas semanas e provocaram grande comoção popular, participaram inclusive aviões da Força Aérea da Alemanha. Só em 8 de março foi encontrado um cadáver que, após autópsia, foi identificado como sendo o de Ulrike.
Preso 20 dias depois, Jahn confessou o crime. O réu nunca demonstrou qualquer emoção durante o processo, iniciado em 10 de outubro, acompanhando as audiências com os olhos baixos.
A mãe de Ulrike, embora aliviada com a sentença, declarou que só ficaria satisfeita "se prisão perpétua fosse aquilo que o termo significa". Na Alemanha, a pena de prisão perpétua usualmente é reavaliada após 15 anos para eventual conversão em liberdade condicional. No caso de alto grau de culpa, a primeira revisão só pode ocorrer depois de 18 a 25 anos.