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EUA advertem que quase todos terão covid-19 em algum momento

12 de janeiro de 2022

Principal epidemiologista do governo americano, Anthony Fauci, afirmou, porém, que, graças às vacinas e às doses de reforço, a maioria das pessoas não desenvolverá formas graves da doença.

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Uma van com o escrito "Covid-19 Testing". Ao lado, uma pessoa fantasiada de Estátua da Liberdade e óculos de sol segura uma bandeira dos EUA.
Variante ômicron é responsável por 98% dos casos nos EUAFoto: Wang Ying/Xinhua/imago images

O principal conselheiro do governo dos Estados Unidos em relação à pandemia, Anthony Fauci, disse nesta quarta-feira (12/01) que quase todas as pessoas vão contrair covid-19 mais cedo ou mais tarde, mas destacou que a doença será "menos grave" graças às vacinas e às doses de reforço.

"Praticamente todos vão acabar expostos e, provavelmente, serão infectados, mas se forem vacinados e receberem os reforços as chances de ficarem doentes são muito, muito baixas", disse o epidemiologista em entrevista coletiva na Casa Branca.

A fala dele endossou as palavras de Janet Woodcock, comissária interina da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês), a agência reguladora americana, que havia afirmado na terça-feira que "a maioria das pessoas vai acabar tendo covid-19".

Fauci esclareceu que o fato de grande parte dos casos recentes estarem ligados à variante ômicron não significa que a maioria das pessoas fique gravemente doente, já que as vacinas "melhoram a proteção contra hospitalização e morte".

Convivendo com a doença

O epidemiologista destacou que a covid-19 "não pode ser erradicada", mas pode ser controlada graças a vacinas e doses de reforço, e que as pessoas "vão conviver com isso".

Na mesma coletiva, a diretora do Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), Rochelle Walensky, ressaltou que o risco de internação pela variante ômicron é 53% menor do que em relação à variante delta. Já a chance de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é 74% menor, e de morte, 91% mais baixa.

Os Estados Unidos bateram um novo recorde de internações por covid-19 na terça-feira, com mais de 145 mil pessoas em hospitais, devido ao avanço da ômicron, que já é a variante dominante, respondendo por 98% dos casos.

Variante dominante no mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ômicron já é a variante dominante também em todo mundo, presente em 58,5% dos casos de covid-19 analisados globalmente. 

O relatório epidemiológico semanal divulgado nesta terça-feira pela OMS afirma que, dos mais de 357 mil casos sequenciados reportados à iniciativa global para o compartilhamento de dados sobre influenza e covid-19 (Gisaid, na sigla em inglês) nos últimos 30 dias, mais de 208 mil foram causados pela variante ômicron.

A variante delta, que foi a cepa dominante durante grande parte do ano passado, respondeu por 147 mil dos casos sequenciados (41%). 

Dribla imunidade, mas é menos grave

O relatório destaca haver cada vez mais evidências de que a variante ômicron é capaz de "escapar à imunidade", pois há transmissão mesmo entre os vacinados e pessoas que já tiveram a doença.

Por outro lado, a OMS ressalta que há "evidências crescentes" de que a ômicron é menos grave do que variantes anteriores do coronavírus Sars-Cov-2.

le (efe, dpa, afp)