EUA ignoram apelo alemão por energia renovável
30 de agosto de 2002O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, não conseguiu convencer os Estados Unidos a se comprometer com as metas européias de extensão global das fontes renováveis de energia. "Houve apenas avanços mínimos nas negociações." – declarou o ministro do Partido Verde na sexta-feira (30), em Johanesburgo – "Não dá para prever se os EUA ainda farão concessões até o fim da conferência."
Negociações entre UE e G-77
A proposta da União Européia prevê um aumento de 15% da cota mundial de fontes renováveis de energia até 2010. A meta estabelecida para os países membros da Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento limita-se a um aumento de 2%.
A sugestão européia conta não apenas com a resistência dos EUA, que se recusam a estabelecer quaisquer metas neste sentido na cúpula de Johanesburgo. Os países em desenvolvimento temem os imensos custos derivados deste compromisso e exigem que os países industrializados assumam a responsabilidade que lhes cabe pela alteração da política energética global. A União Européia, por sua vez, considera que sua proposta já sobrecarrega mais os países industrializados do que os emergentes.
ONGs favorecem proposta brasileira
As organizações ambientais favorecem a proposta brasileira. De acordo com a sugestão apresentada pelo ex-ministro do Meio Ambiente José Goldemberg, o uso de fontes de energia realmente compatíveis com a proteção ambiental – ou seja, excluídas a combustão de madeira e as grandes hidrelétricas – deveria ser elevado em 10% até 2010. Tudo indica que o Brasil desista de defender a exclusão das grandes hidrelétricas, cedendo à resistência da União Européia, Japão, China, entre outros países.
Oitenta por cento da energia consumida em todo o mundo provém de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão ou gás. O amplo uso destas fontes não-renováveis contribui não só para o aumento da emissão de poluentes, mas também para o aquecimento do planeta. Além disso, o uso mundial de fontes renováveis, que se limita a 20%, não deixa de ser prejudicial ao meio ambiente.
"Não" à energia atômica
O ministro alemão do Meio Ambiente considera inadequado o uso de energia atômica para resolver os problemas de energia do Terceiro Mundo. Os Estados Unidos, por sua vez, não excluem esta possibilidade, considerando a energia nuclear uma fonte limpa. "Esta não é a nossa posição", enfatizou Trittin.