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EUA pedem que americanos saiam da Ucrânia em até 48 horas

11 de fevereiro de 2022

Anúncio foi feito pelo assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, diante de um ataque "iminente" de Moscou a Kiev. Governo americano reforçou que não haverá missões militares de evacuação de cidadãos.

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Foto mostra soldados armados saindo de um helicóptero. Há neve no chão.
Soldados participam de um exercício militar conjunto de Belarus e da Rússia no campo de tiro de BrestskyFoto: Russian Defense Ministry Press Service/picture alliance

Os Estados Unidos pediram nesta sexta-feira (11/02) que seus cidadãos deixem a Ucrânia dentro de 24 a 48 horas, diante do risco "iminente" de uma possível invasão russa, que, de acordo com suas análises, poderia começar com "bombardeios aéreos e ataques com mísseis". Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Holanda também pediram que seus cidadãos deixem o país do Leste Europeu.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse em entrevista coletiva que há uma "possibilidade clara" de que a Rússia efetue um ataque contra a Ucrânia, que poderia ocorrer antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, que terminam em 20 de fevereiro.

"Qualquer americano na Ucrânia deve sair o mais rápido possível e, em qualquer caso, nas próximas 24 a 48 horas", orientou o assessor do presidente dos EUA, Joe Biden. "Não há perspectiva de uma evacuação militar dos EUA no caso de uma invasão russa", acrescentou.

Na quinta-feira, em entrevista à emissora americana NBC, Biden já havia pedido aos cidadãos americanos que deixassem a Ucrânia e ressaltado que não haveria uma missão militar de evacuação.

"Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo", afirmou, se referindo ao acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. "Essa é uma situação muito diferente, e as coisas podem enlouquecer rapidamente'', disse.

Bombardeios e ataques de mísseis

Sullivan reconheceu que os Estados Unidos ainda não têm certeza se o presidente russo, Vladimir Putin, tomou a decisão definitiva de invadir a Ucrânia, mas destacou que ele tem os recursos necessários para fazê-lo e que o risco é "alto o suficiente e iminente o suficiente" para causar alarme.

"Se houver um ataque russo à Ucrânia, é provável que comece com bombardeios aéreos e ataques com mísseis que obviamente matariam civis, independentemente de sua nacionalidade", advertiu o assessor de Biden.

Em seguida, segundo os EUA, haveria, provavelmente, uma invasão terrestre envolvendo um grande número de tropas russas, possivelmente com "um rápido ataque à cidade de Kiev". Nesse contexto, os meios de transporte comerciais poderiam ser interrompidos "praticamente sem aviso prévio", acrescentou Sullivan.

"O presidente não colocará em risco a vida de nossos homens e mulheres uniformizados enviando-os para uma zona de guerra para resgatar pessoas que poderiam ter ido embora, mas optaram por não fazê-lo", ressaltou.

Foto mostra soldado russo armado na neve. Atrás há um veículo de guerra.
Soldados russos participam de treinamento militar na região de KemerovoFoto: Russian Defense Ministry/AP Photo/picture alliance

Videoconferência de líderes

Sullivan fez as declarações após Biden participar de uma videoconferência de mais de uma hora com os líderes de sete países membros da Otan, além do secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O assessor acrescentou que Biden planeja falar com Putin sobre a crise na Ucrânia em algum momento, embora não tenha dado detalhes sobre a data dessa conversa.

A tensão disparou no mês passado com a alegação do Ocidente de que a Rússia mobilizou mais de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia.

Envio de tropas à Polônia

Também nesta sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram que enviarão mais 3 mil militares para Polônia. Os soldados partirão de Fort Bragg "nos próximos dois dias" e devem assumir suas posições na Polônia no início da próxima semana, segundo informou uma fonte do governo americano à agência de notícias EFE.

Eles se juntarão aos 1.700 soldados americanos que começaram a chegar na semana passada ao país. 

Em 2 de fevereiro, o Departamento de Defesa dos EUA havia anunciado o envio de 3.000 soldados para países aliados na Europa Oriental: 1.000 para a Romênia, 1.700 para a Polônia e 300 para a Alemanha.

O funcionário da Defesa americana ressaltou nesta sexta-feira que a soma de todas as tropas adicionais - as anunciadas agora e no último dia 2 - constituem "uma força altamente móvel e flexível, capaz de muitas missões".

"Eles estão sendo mobilizados para tranquilizar nossos aliados da Otan, impedir qualquer agressão potencial contra o flanco leste da Otan, treinar forças da nação anfitriã e contribuir para uma ampla gama de contingências", detalhou a fonte.

O destacamento destes militares é temporário e complementa os mais de 80.000 soldados americanos que se encontram na Europa em missões permanentes ou rotativas.

Além de enviar esses soldados, os EUA têm em seu território 8.500 soldados em "alerta elevado", que estão prontos para serem mobilizados e, no caso de serem enviados para uma missão, o fariam sob o comando da Otan.

Além dos EUA, outros países também mobilizam tropas e enviam armas, veículos, aviões e embarcações para o Leste Europeu. 

le (efe, ots)