Europa acumula mais de 120 mortes após fortes chuvas
17 de julho de 2021As enchentes devastadoras que atingiram diversos países da Europa causaram ao menos 126 mortes e deixaram centenas de desaparecidos, além de sobrecarregarem as equipes de resgate.
Embora as maiores perdas de vidas e danos materiais tenham ocorrido na Alemanha, outros países europeus, como Bélgica, Holanda e Luxemburgo, também enfrentam graves problemas.
A Bélgica lida com as piores enchentes de sua história, segundo afirmou o primeiro-ministro do país, Alexander de Croo, nesta sexta-feira (16/07). Ele declarou a data de 20 de julho como dia de luto nacional.
"Estas são circunstâncias excepcionais, sem precedentes em nosso país”, afirmou. "Ainda aguardamos a contagem final [das vítimas], mas esta deve ser a enchente mais catastrófica que nosso país já viu.”
A ministra do Interior da Bélgica, Annelies Verlinden, informou que o número de mortos aumentou no final desta sexta-feira para 20. Relatos na imprensa belga falavam em 23 vítimas.
Nesta sexta-feira, as águas começaram a retroceder com o fim das chuvas torrenciais. Contudo, milhares de agentes dos serviços de emergência ainda continuavam em atividade. O Exército foi enviado para ajudar nos esforços de resgate e em evacuações em quatro das dez províncias do país.
Dois meses de chuva em dois dias
O governador da região da Valônia, Elio Di Rupo, alertou que a elevação do nível do rio Mosa gerou prejuízos na cidade de Liège, com 200 mil habitantes. A França enviou 40 soldados e um helicóptero para ajudar nos esforços para conter as enchentes.
Na cidade de Maaseik, na fronteira com a Holanda, o rio Mosa se elevou acima de uma barreira e contenção. Várias cidades e vilarejos na região já estão inundadas. Em Pepinster, próximo a Liège, em torno de dez casas foram destruídas total ou parcialmente.
Na Suíça, o nível da água em rios e lagos vem se elevando pelo país. Em Lucerna, o lago que leva o nome da cidade já começou a inundar a região do centro.
Mudanças climáticas
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, algumas partes da Europa Ocidental tiveram em dois dias quantidades de chuvas que equivalem a um período de dois meses, sendo que o solo já se encontrava próximo à saturação.
Meteorologistas afirmam que correntes de ar alteradas pelas mudanças climáticas levaram para o continente um acúmulo de água que normalmente permanece sobre o oceano.
Dias depois de a Comissão Europeia revelar planos de tornar a Europa o primeiro continente de impacto neutro sobre o clima, a presidente do Executivo do bloco europeu, Ursula von der Leyen, disse que a escala e a intensidade das enchentes foram uma clara indicação das mudanças climáticas e reforçam a necessidade urgente de adotar ações concretas para lidar com o problema.
rc (AFP, Reuters)