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Saddam Hussein

(sm)30 de dezembro de 2006

Os países europeus respeitam a decisão do governo iraquiano no caso Saddam Hussein, mas reiteram sua rejeição incondicional à pena de morte.

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Pouco antes do cumprimento da sentençaFoto: AP

Após a execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, em Bagdá, o governo alemão reiterou que rejeita a pena de morte por princípio. O Ministério do Exterior mostrou compreensão pelo apoio dos iraquianos à execução e declarou que não existem dúvidas quanto aos crimes cometidos por Hussein. Mesmo assim, o Ministério ressaltou que a Alemanha é contra a pena de morte, não importa onde ela seja executada.

A premiê alemã, Angela Merkel, declarou: "Respeitamos esta sentença, mas todos sabem que o governo alemão é contra a pena de morte", acrescentando que deseja que o povo iraquiano possa prosseguir seu caminho sem violência e em paz.

"Incompatível com democracia"

A União Européia também criticou a execução de Saddam Hussein. A presidência da UE, assumida pela Finlândia, lembrou do repúdio europeu à pena capital, ressaltando que ela não deveria ter sido aplicada nem em um caso como o de Saddam Hussein. O Ministério do Exterior da Finlândia também colocou em questão a seriedade do processo penal contra o ex-ditador iraquiano.

O comissário de Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, qualificou de "bárbaro" o enforcamento do ex-ditador, advertindo que isso poderá transformá-lo em mártir. Ele declarou que "não se combate o barbarismo com atos bárbaros", ressaltando que a pena de morte é incompatível com a democracia.

A França encorajou os iraquianos a olhar para o futuro e trabalhar na reconciliação e na unidade nacional. O Ministério do Exterior em Paris assinalou que defende, junto com outros países europeus, a abolição da pena de morte. "Mais do que nunca, agora a meta dos iraquianos deve ser a completa soberania e a estabilidade do país", comunicou o Ministério.

O governo inglês criticou a execução de ex-chefe de Estado iraquiano por princípio, reiterando que defende a extinção da pena de morte em todo o mundo, independente da gravidade do crime. Apesar disso, o Ministério do Exterior em Londres declarou respeitar a decisão do governo iraquiano.

Falta de racionalidade política

O premiê italiano, Romano Prodi, se mostrou preocupado com a possível escalada da violência no Iraque, após a execução de Sadam Hussein. O chefe de governo voltou a condenar a pena de morte, dizendo-se "consternado" com o cumprimento da sentença de morte. "Esperávamos que a compaixão humana e a racionalidade política fossem levar a decisões mais sábias", declarou Prodi, segundo a imprensa italiana.

O Vaticano condenou a execução de Saddam Hussein e declarou considerar trágico o enforcamento do ex-presidente iraquiano. Para as autoridades católicas romanas, este passo não vai ajudar a sociedade iraquiana a se reconciliar, nem a promover a justiça. Muito pelo contrário, a execução do ex-ditador poderá acirrar ainda mais a violência no Iraque.

O presidente norte-americano, George W. Bush, considera a execução de Saddam Hussein uma punição justa. Ele denominou a morte do ex-ditador um "importante marco" para a transformação do Iraque numa democracia sólida.