Europa se prepara para reação jihadista
26 de setembro de 2014O governo da França lançou nesta quinta-feira (25/09), um dia após a decapitação do turista Hervé Gourdel na Argélia, medidas preventivas para frustrar possíveis represálias aos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra extremistas do "Estado Islâmico" (EI).
As precauções contra ataques de islamistas serão aumentadas em locais públicos e meios de transporte, divulgou o escritório presidencial após uma reunião do gabinete de Defesa, em Paris. O governo francês também alertou 30 de suas embaixadas no Oriente Médio e na África sobre a ameaça de ataques.
Paris reiterou ainda que mantém a luta contra a organização extremista EI e que os ataques aéreos no Iraque, iniciados há pouco menos de uma semana, vão continuar. "A França também vai continuar e intensificar o apoio às forças da oposição na Síria, que lutam contra os grupos jihadistas", completou um comunicado do governo.
A França envia armas a rebeldes sírios considerados moderados, que, além dos jihadistas, lutam também contra o regime do presidente Bashar al-Assad. Mas o governo francês já está cogitando aderir aos ataques aéreos também em território sírio.
Na semana passada, a França foi o primeiro país europeu a cooperar com os ataques aéreos dos EUA. Nesta quinta-feira, houve novas investidas. Caças Rafale bombardearam duas antigas casernas militares perto de Falluja, onde equipamentos e armas militares estariam armazenadas.
Em resposta aos ataques aéreos, o EI convocou todos os seus seguidores a matar indiscriminadamente cidadãos europeus e americanos. Gourdel foi o primeiro, mas terroristas do grupo Abu Sayyaf ameaçaram nesta quarta-feira matar dois reféns alemães nas Filipinas.
Detenções no Reino Unido
Unidades antiterroristas da polícia britânica prenderam nove suspeitos de integrarem uma organização proibida, que atuava principalmente em Londres. A polícia não deu mais detalhes, mas segundo a Associação Britânica de Imprensa, um dos suspeitos é o pregador radical Anjem Choudary, que no passado negou incitação ao terrorismo.
Nesta sexta-feira, o Parlamento britânico decide se o Reino Unido deve ou não se juntar aos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos no Iraque, segundo propôs o primeiro-ministro David Cameron.
Holanda e Bélgica colaboram
O governo da Holanda anunciou que vai colocar seis caças F-16 à disposição para a campanha militar no Iraque. A Bélgica também deve oferecer outros seis F-16, mas a medida ainda depende da aprovação parlamentar. Além dos dois países europeus, a Austrália vai enviar outros oito aviões de combate.
O vice-primeiro-ministro holandês, Lodewijk Asscher, reconheceu que, com o envio dos caças, a Holanda iria se tornar um alvo maior para os jihadistas. "Mas estamos prontos. O perfil de ameaça é monitorado permanentemente, e nossos serviços de segurança estão preparados", garantiu.
Nesta quinta-feira, soldados holandeses foram instruídos a não vestirem seus uniformes militares nos meios de transporte. A porta-voz do Ministério da Defesa da Holanda, Marloes Visser, negou que a instrução tenha a ver com o anúncio do envio dos seis F-16. Ela reiterou também que diversas declarações feitas no início desta semana por radicais suspeitos estão sendo monitoradas.
Nesta terça-feira, um militante jihadista holandês baseado na Síria, autodenominado Muhajiri, pediu ações contra a Holanda. O canal televisivo estatal holandês NOS afirmou que, aparentemente, o vídeo narrado em holandês foi gravado na cidade de Aleppo, na Síria.
PV/ap/rtr/afp/dpa