Europeus por mais proteção ao clima
4 de novembro de 2006Mais de 10 mil pessoas foram às ruas de Londres, neste sábado (04/11), em manifestação a favor de uma maior eficácia na proteção ao clima em todo o mundo. Às vésperas da 12ª Conferência de Cúpula do Clima, que se realiza de 6 a 17 deste mês em Nairóbi, no Quênia, os manifestantes exigiram da comunidade internacional um novo acordo em substituição ao Protocolo de Kyoto, cuja validade expira em 2012.
O protesto, organizado por um grupo que se intitula Stop Clima Chaos (Parem o caos climático), incluiu também um apelo aos Estados Unidos para aderirem finalmente ao Protocolo.
Alemanha e Reino Unido juntam forças
Impulsionar em estreita cooperação a conclusão de um acordo internacional de proteção ao clima: esta foi justamente uma decisão anunciada pela chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e pelo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, após encontro em Londres, na noite de sexta-feira (03/11).
As mudanças climáticas são "um dos grandes desafios do século 21", declarou a chefe de governo alemã, anunciando ainda que o tema desempenherá um papel importante no primeiro semestre de 2007, período em que a Alemanha exercerá a presidência rotativa da Unão Européia e, ao mesmo tempo, do G8, o grupo das maiores nações industrializadas do mundo mais a Rússia.
Na opinião de Merkel, a Europa tem a grande chance de assumir a liderança mundial nesta questão. "Estou plenamente convicta de que precisamos fazer de tudo para despertar nossa população." Blair acredita igualmente na "oportunidade real de que se façam grandes progressos no ano que vem". O premier britânico manifestou-se ainda confiante de que será possível convencer Washington da necessidade de um acordo sobre o clima que tenha vigência mundial.
O diretor do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Achim Steiner, também atribui aos europeus um papel importante neste contexto. "Se a Europa não cumprir as modestas metas estabelecidas em Kyoto em 1997, estará enviando um sinal errado aos países em desenvolvimento", declarou ao diário Berliner Zeitung.
Prevenir é mais barato que remediar
O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, defendeu em entrevista à revista Der Spiegel que a Alemanha destine, a médio prazo, 1% do Produto Interno Bruto à proteção climática. "Isso corresponderia a pouco mais de 22 bilhões de euros. Não fazer nada custaria pelo menos cinco vezes mais", afirmou.
O social-democratal garantiu que o governo alemão aumentará seus empenhos em prol de um maior engajamento da comunidade internacional. "Até 2050, precisamos reduzir pelo menos à metade as emissões mundiais dos gases causadores do efeito estufa, em comparação com o nível de 1990. Para os países industrializados, isso significa uma redução entre 60% e 80%." A meta precisaria ser estabelecida com caráter vinculativo no novo acordo mundial sobre o clima, insistiu Gabriel.