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Ex-diretor do FBI é nomeado para investigar ingerência russa

18 de maio de 2017

Departamento de Justiça americano anuncia Robert Mueller como conselheiro especial para conduzir apuração sobre suposta interferência de Moscou no processo eleitoral em 2016. Oposição exigia investigação independente.

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Robert Mueller
Mueller foi diretor do FBI de 2001 a 2013, quando Comey assumiuFoto: Getty Images/A. Wong

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeou nesta quarta-feira (17/05) o ex-diretor do FBI Robert Mueller como conselheiro especial, responsável por conduzir as investigações acerca da suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas no ano passado.

O anúncio surge após repetidas solicitações dos democratas para que tais inquéritos fossem comandados por alguém que não estivesse atrelado ao Departamento de Justiça americano.

"Com base nas circunstâncias únicas, o interesse público exige que eu coloque esta investigação sob a autoridade de uma pessoa que exerce um grau de independência da cadeia normal de comando", afirmou o procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, ao anunciar a nomeação de Mueller.

O funcionário acrescentou que sua decisão não se trata de uma "constatação de que crimes foram cometidos ou de que um processo judicial é justificado". "Eu não fiz essa determinação", disse Rosenstein em nota. Não ficou claro se o presidente Donald Trump teve participação na decisão.

A polícia federal americana conduz investigações que apuram uma suposta ingerência russa nas eleições de 2016, bem como uma ligação entre o governo em Moscou e a campanha de Trump.

O tema, inclusive, vem cercado de polêmicas desde que o presidente demitiu o então diretor do FBI, James Comey, no último dia 9 de maio. Primeiramente, o afastamento levantou questões sobre os motivos de Trump, uma vez que foi sob o comando de Comey que o FBI deu início às investigações.

Já nesta terça-feira, o presidente foi acusado de ter pedido ao então diretor do FBI, em fevereiro, que encerrasse uma dessas investigações, a que envolveria o ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump Michael Flynn, segundo relatos publicados pela imprensa americana.

Flynn renunciou ao cargo em fevereiro, após admitir ter mentido para autoridades sobre o conteúdo de conversas telefônicas que manteve com o embaixador russo, Serguei Kislyak, em dezembro.

Deputados democratas e republicanos elogiaram nesta quarta-feira a nomeação de Mueller, que comandou o FBI entre 2001 e 2013. O democrata Elijah Cummings afirmou que Rosenstein "fez uma escolha sólida, colocando nosso país e o sistema judiciário em primeiro lugar". O republicano Jason Chaffetz também se declarou satisfeito, dizendo que Mueller possui "credenciais impecáveis".

EK/ap/efe/lusa/afp/rtr/ots