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Le Pen é acusado de empregar funcionários fantasmas

13 de setembro de 2019

Jean-Marie Le Pen compareceu a um tribunal de Paris para ser interrogado. O fundador da antiga Frente Nacional é acusado de participar de esquema que desviou 7 milhões de euros do Parlamento Europeu. 

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Jean-Marie Le Pen
Antes de se retirar da vida pública em julho, Le Pen cumpriu sete mandatos no Parlamento Europeu entre 1984 e 2019Foto: picture-alliance/F. Pauletto

Jean-Marie Le Pen, que por décadas foi um dos principais expoentes da extrema direita da França, foi acusado formalmente nesta sexta-feira (13/09) de desvio de dinheiro público em um caso que envolve suspeita de emprego de funcionários fantasmas no Parlamento Europeu.

Le Pen, de 91 anos, é o fundador da antiga Frente Nacional, que hoje se chama Agrupamento Nacional (AP). Ele presidiu a legenda por quase quatro décadas. Em 2015, acabou sendo expulso pela sua própria filha, Marine Le Pen, na esteira do escândalo provocado por um comentário sobre o Holocausto

Nesta sexta-feira, o político veterano esteve em uma audiência no Tribunal de Paris acompanhado de dois advogados. O interrogatório durou mais de quatro horas.

Os juízes-instrutores do caso apontaram que Jean-Marie Le Pen e os dirigentes do partido "colocaram em funcionamento de maneira coordenada e deliberada um sistema de desvios”.

Segundo a acusação, Le Pen e outros deputados do partido usavam fundos do Parlamento Europeu para remunerar funcionários internos da legenda, que eram falsamente registrados como assessores parlamentares. Dessa forma, o partido economizava os pagamentos dos salários do seu quadro de pessoal.

"É um processo claramente político, e é escandaloso que um governo se misture em um caso de liberdade de gestão", garantiu um dos advogados de Jean-Marie Le Pen, Frédéric Joachim, que defende a presunção de inocência do cliente. Marine Le Pen, a atual presidente do Agrupamento Nacional, já havia sido indiciada no mesmo caso em outubro de 2018.

Jean Marie Le Pen havia sido convocado em abril para participar de uma audiência, mas não compareceu, por considerar que era protegido pela imunidade de eurodeputado, embora o Parlamento Europeu já tivesse retirado o status no mês anterior. Antes de se retirar da vida pública em julho, Le Pen cumpriu sete mandatos no Parlamento Europeu entre 1984 e 2019.

A justiça suspeita que os dirigentes da antiga Frente Nacional montaram um esquema de emprego de funcionários fantasmas, remunerados com fundos destinados ao legislativo do bloco.

A investigação apontou que o partido de extrema-direita utilizou, entre 2009 e 2017, cerca de 7 milhões de euros (R$ 31,4 milhões), para pagar o salário de assessores fantasmas.

JPS/efe

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