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Explosão em Djerba foi atentado anti-semita, dizem serviços secretos

(ef)12 de abril de 2002

Serviços secretos ocidentais apontam um atentado anti-semita como a causa mais provável da explosão na frente de uma sinagoga em Djerba, com 9 mortos, dos quais 6 alemães.

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Sinagoga Ghriba, na ilha DjerbaFoto: AP

Os primeiros resultados das investigações sobre a explosão na frente de uma sinagoga na ilha Djerba, na Tunísia, apontam um atentado anti-semita como a causa mais provável. Foi o que informou a agência alemã de notícias ddp, nesta sexta-feira (12), baseada em informações de serviços secretos ocidentais.

A polícia federal da Alemanha (BKA) mandou dois agentes a Djeba, nesta sexta-feira (12), para ajudar nas investigações. Nove pessoas morreram na explosão de um caminhão carregado de gás de cozinha, na frente da sinagoga mais antiga da África, na quinta-feira (11). Dos 9 mortos na explosão seis eram alemães - um menino de 11 anos e cinco mulheres. Mais de 30 pessoas ficaram feridas.

O governo alemão também não exclui a probabilidade de a causa da explosão perto da casa de oração dos judeus ter sido um atentado anti-semita. O ministro do Exterior, Joschka Fischer, disse, em Berlim, que a Alemanha tem o maior interesse num esclarecimento indubitável sobre se foi um acidente ou um atentado.

Um porta-voz da polícia federal alemã BKA informou que os agentes enviados a Djerba foram orientados a investigar em todos os sentidos e esferas. Provavelmente serão enviados mais agentes alemães para a Tunísia. Segundo as autoridades tunisianas, o caminhão chocou-se contra um muro, na frente da casa de orações dos judeus e explodiu.

O vice-ministro israelense de Relações Exteriores, Michael Melchior, já havia falado de "um ataque anti-semita premeditado". Logo depois da explosão no paraíso turístico, ele disse que "a onda atual de acontecimentos anti-semitas atingiu o ápice com a morte terrível de turistas na antiga sinagoga". Em Israel, a imprensa parte do pressuposto de que as autoridades tunisianas querem sustentar a versão de um acidente, a fim de evitar prejuízos para o turismo, porque esta é a principal fonte de divisas do país africano.

Cerca de 3 mil judeus vivem na Tunísia, dos quais mais de mil em Djerba. Eles convivem pacificamente com a grande maioria muçulmana do país e seus filhos freqüentam as mesmas escolas. Segundo a tradição, a sinagoga Ghriba - possível alvo da explosão em protesto contra a ação militar de Israel nos territórios palestinos - foi erguida, no século 6 antes de Cristo, sobre uma pedra do templo destruído do rei Salomão.