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Exportações salvaram Alemanha da recessão

am16 de janeiro de 2003

A economia alemã teve no ano passado o seu menor crescimento desde a crise de 1993: 0,2%. Sem as exportações, a Alemanha teria caído em recessão: investimentos e consumo privado diminuíram em 1,3%.

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Impulso apenas das exportações: porto de HamburgoFoto: AP

O ano de 2002 foi encerrado com um dos piores desempenhos econômicos desde a reunificação da Alemanha. Somente o ano de 1993 teve um resultado pior, com uma clara recessão (-1,1% do PIB). O crescimento econômico real, calculado pelo órgão de Wiesbaden em 0,2%, só foi possível graças ao comércio exterior.

Os negócios externos contribuíram com 1,5% para o crescimento do PIB alemão. Isto decorreu não apenas de um aumento de 2,9% nas exportações, mas também do fato de que as importações caíram 1,3%.

A diminuição das importações foi, por sua vez, um dos reflexos da crise no mercado interno alemão. Os investimentos e o consumo privado diminuíram drasticamente. A demanda interna caiu 1,3%. A crise maior foi no setor de bens de investimento: -8,4%. Os investimentos no setor da construção civil ficaram 5,9% abaixo do ano anterior. O consumo privado diminuiu 0,5%.

Crise mais longa

A Alemanha registrou assim um crescimento abaixo da marca de 1% durante dois anos consecutivos: 0,6% em 2001 e 0,2% em 2002. E as previsões mais otimistas para o corrente ano – que incluem a do próprio governo alemão – são de um crescimento econômico em torno de 1%. A maioria dos institutos de pesquisa econômica fica abaixo desta marca nos seus prognósticos. Os mais pessimistas prevêem um aumento do PIB de 0,6% para 2003.

Se forem confirmados tais prognósticos no final deste ano, a Alemanha estará vivendo o seu mais longo período de crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Até agora, o país nunca teve três anos consecutivos com crescimento abaixo de 1%.

Segundo Bernd Weidensteiner, analista do banco DZ, as estatísticas referentes ao ano de 2002 são "deprimentes, mas no fundo não constituem uma surpresa". Também Ralph Solveen, analista do Commerzbank, não ficou surpreso com os dados divulgados em Wiesbaden: "Isto confirma uma vez mais que o comércio exterior é o que nos impede do afogamento, enquanto a demanda interna caiu drasticamente."

Déficit público

Também o déficit do orçamento público ficou claramente acima do teto de 3%, permitido pelo Pacto de Estabilidade do euro. De acordo com os dados divulgados pelo Departamento Federal de Estatísticas, o déficit foi de 77,2 bilhões de euros, o que significa uma taxa de 3,7% do PIB.

Na última terça-feira (14), o chanceler Gerhard Schröder reafirmou a intenção do seu governo de reduzir o déficit do orçamento público em 2003, a fim de cumprir o critério do Pacto de Estabilidade. Isto, no entanto, só será possível se o crescimento econômico atingir no mínimo a marca de 1%.

Os dados definitivos sobre o desempenho da economia alemã em 2002 só serão publicados pelo Departamento Federal de Estatísticas no final de fevereiro próximo. Não se espera, contudo, nenhuma modificação drástica dos dados agora divulgados.