Extrativismo sustentável na Amazônia
No Amapá, um grupo de mulheres de três gerações promove a exploração sustentável dos recursos naturais a partir de conhecimento ancestral, garantindo renda e uma nova perspectiva aos moradores.
Extrativismo sustentável que gera renda
No Amapá, na região de floresta do Alto Araguari, um grupo de mulheres de três gerações promove o extrativismo sustentável dos recursos naturais, garantindo renda e uma nova perspectiva para as famílias residentes.
Mapeamento de árvores
Com o apoio do Instituto Iepé e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Associação Sementes do Araguari, fundada em 2020, conseguiu aprovar projetos como o Floresta Mais e o Fitoterápicos, financiados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Um dos objetivos é inventariar e manejar as matas para o mapeamento das árvores nas áreas produtivas.
Propriedades naturais
Do extrato de frutos e plantas como andiroba, fava, pracaxi, breu-branco e copaíba, agroextrativistas do Alto Araguari fabricam biocosméticos, como sabonetes, óleos, unguentos e pomadas. São produtos com propriedades medicinais e componentes anti-inflamatórios, antioxidantes e antibióticos naturais.
Pedidos de várias regiões
O Amapá é o único estado do país com cerca de 70% de seu território coberto por áreas de proteção ambiental. No Alto Araguari, a comercialização dos biocosméticos acontece de acordo com a demanda, com a associação recebendo pedidos de várias partes do Brasil. Há pontos de venda espalhados pela capital, Macapá, além de estandes em feiras e eventos que ocorrem, majoritariamente, na Amazônia.
Atenção e investimentos
Por se tratar de um trabalho manual, o processo exige muita atenção e o aporte de recursos financeiros para aquisição de maquinário e adequação do espaço físico reservado para o processamento. Por um lado, o cenário é favorável, pelo outro, falta incentivo.
De geração em geração
A busca por alternativas capazes de gerar renda e qualidade de vida para as comunidades passa pela produção de conhecimento com base nos saberes tradicionais.
Conhecimento ancestral
A economia da floresta tem como base o modo de vida e o conhecimento ancestral de seus habitantes, que buscam iniciativas que estimulem a criação de políticas públicas e o investimento em tecnologia em prol de sua autonomia contra a predação do bioma, desmatamento e queimadas criminosas.
Fauna e flora riquíssimas
A maior floresta tropical do planeta serve de morada para 22% das espécies de plantas vasculares, 14% das aves, 9% dos mamíferos, 8% dos anfíbios e 18% dos peixes que habitam os trópicos. O registro anterior à explosão do desmatamento era de 390 bilhões de espécies arbóreas (2013) agrupadas em 16 mil espécies.
Mulheres ribeirinhas do Alto Araguari, no interior do Amapá, integram rede pioneira de produção baseada no uso de recursos naturais e no conhecimento ancestral da floresta.