Fachin autoriza inquérito contra senadores do MDB
17 de maio de 2018O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou nesta quarta-feira (16/05) a abertura de um inquérito para investigar repasses a senadores do MDB. Os políticos são acusados de ter recebido propina como forma de doações eleitorais da JBS e da Transpetro, subsidiária da Petrobras. A propina paga pela J&F, holding que controla a JBS, teria sido de 40 milhões de reais.
Os alvos da investigação são, além do presidente do Senado, Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião, além do ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego.
Com base nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado e de executivos do grupo J&F, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a abertura do inquérito.
Nos depoimentos, Machado disse que o PT pediu para o grupo JBS doar 40 milhões de reais ao MDB nas eleições presidenciais de 2014. As reuniões para tratar do esquema teriam ocorrido na casa de Renan Calheiros. O ex-diretor da Transpetro afirmou ainda que as doações geraram desentendimentos no partido, levando Michel Temer a assumir o comando da legenda na época.
O ex-diretor da J&F Ricardo Saud confirmou a declaração de Machado e acrescentou que parte da propina ia diretamente para Eunício em troca de aprovação de medidas provisórias favoráveis ao grupo.
O MDB repudiou o que chamou de tentativa de criminalização da política. "Esperamos que a conclusão deste inquérito seja rápida e acreditamos que ao final a verdade será restabelecida", afirmou o partido em nota.
Eunício Oliveira negou as acusações e classificou de "falsa e caluniosa" a narrativa dos delatores. Renan Calheiros afirmou que o inquérito será arquivado por falta de provas.
"O inquérito será uma oportunidade para mostrar as mentiras contadas por criminosos confessos, que negociaram acordos vantajosos com o Ministério Público. Machado, inclusive, já perdeu benefícios da delação por não comprovar nada do que disse", destacou Calheiros.
Eduardo Braga e a defesa de Edison Lobão também negaram as acusações.
CN/abr/ots
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