FBI não deve operar com base em "insinuações", diz Obama
2 de novembro de 2016O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saiu em defesa da candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, ao pronunciar-se pela primeira vez sobre o escândalo de e-mails envolvendo a colega desde que o FBI anunciou, na semana passada, que voltou a investigar o caso.
"Acredito que existe uma norma que, quando há investigações, nós não trabalhamos com insinuações, não trabalhamos com informações incompletas e não trabalhamos com vazamentos", disse Obama, em entrevista ao portal americano NowThis divulgada nesta quarta-feira (02/11). "Nós trabalhamos com base em decisões concretas que foram tomadas", acrescentou o democrata.
Na última sexta-feira, a menos de duas semanas das eleições presidenciais, a polícia federal americana revelou que novos e-mails estão sendo investigados como parte de um inquérito – que já havia sido encerrado – que apura o uso, por parte de Hillary, de um provedor privado de e-mails para tratar de assuntos do governo, quando ainda erasecretária de Estado americana, entre 2009 e 2013.
Na entrevista, Obama lembrou que, quando uma investigação "exaustiva" sobre o caso foi feita, "a conclusão do FBI, do Departamento de Justiça e das repetidas investigações no Congresso foi de que ela tinha cometido alguns erros, mas que não havia nada que justificasse um processo judicial".
Questionado se havia ficado incomodado com o momento do anúncio do FBI, às vésperas das eleições americanas, o presidente afirmou ter feito um "esforço muito deliberado para garantir que não pareça que eu estou interferindo em processos que supostamente devem ser independentes".
Para o líder americano, Hillary cometeu um "erro honesto" ao usar um servidor privado de e-mails, mas, segundo ele, esse erro acabou sendo superdimensionado, "como se fosse uma coisa maluca".
Obama ainda reiterou seu apoio à candidata democrata, classificando-a de "alguém que sempre colocou o povo americano em primeiro lugar". "Eu confio nela, eu a conheço. E eu não estaria apoiando sua candidatura se eu não tivesse absoluta confiança na integridade dela e no interesse dela em garantir que os jovens tenham um futuro melhor", afirmou o atual presidente.
A revelação das novas investigações do FBI chegou a derrubar a vantagem de Hillary em pesquisas de intenção de voto. Uma sondagem de opinião nacional divulgada nesta terça-feira, realizada pelo The Washington Post e a emissora ABC News entre 27 e 30 de outubro, aponta que o candidato republicano Donald Trump tem 46% das intenções de voto, contra 45% da democrata.
EK/dpa/lusa/rtr/ots