Premiação
14 de fevereiro de 2009A diretora peruana Claudia Llosa, de 32 anos, levou este ano o prêmio máximo do Festival de Berlim. O Urso de Ouro pelo melhor filme foi entregue na noite deste sábado (14/02) à cineasta por seu filme La teta asustada (The milk of sorrow / O Leite da mágoa). Llosa é a diretora mais jovem a participar da mostra competitiva do festival e também a mais jovem a receber um Urso de Ouro.
A escolha do longa peruano marca a segunda premiação consecutiva para a América Latina no festival de Berlim. Em 2008, o brasileiro José Padilha recebeu o prêmio máximo da Berlinale por Tropa de Elite.
Ursos de Prata
O alemão Alle Anderen (Todos os outros), de Maren Ade, divide o Urso de Prata (grande prêmio do júri) com Gigante, uma co-produção uruguaio-argentino-alemã-holandesa dirigida pelo argentino Adrián Biniez. Gigante foi também o melhor filme na opinião dos jurados do Prêmio Alfred Bauer.
O Urso de Prata de melhor direção foi para o iraniano Asghar Farhadi pelo filme Alles über Elly. O prêmio de melhor atriz (Urso de Prata) ficou com a alemã Birgit Minichmayr por sua atuação em Alle Anderen e o de melhor ator com Sotigui Kouyate em London River.
A mais importante "contribuição artística" do festival em 2009 foi, segundo o júri, dada por Gábor Erdély e Tamás Székely pelo sound design de Katalin Varga, dirigido por Peter Strickland. O Urso de Prata por melhor roteiro ficou com Oren Moverman e Alessandro Camon por The Messenger, dirigido pelo próprio Moverman.
Premiação paralela
Na categoria curta-metragem, o Urso de Ouro foi para o irlandês Please Say Something, de David OReilly. Um escolha justificada pelo júri pelo enfoque do filme, que oscilaria entre o riso e a tristeza. O Urso de Prata dos curtas foi para o britânico Jade, de Daniel Elliott, o drama individual de uma mulher, contado de forma lacônica e precisa, segundo os jurados.
O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) concedeu a The Illusion, da cubana Susana Barriga, o prêmio de melhor filme. O curta, de acordo com os jurados, é corajoso ao expor "um passado que não volta mais. Uma forma muito pessoal de fazer cinema, que permite desenhar uma paisagem autobiográfica da perda".
O prêmio do público da mostra Panorama – concedido pela 11ª vez, foi para o norte-americano The Yes Men Fix The World, de Mike Bonanno, Andy Bichlbaum e Kurt Engfehr. A Berlinale exibiu este ano excepcionalmente todos os filmes vencedores do prêmio do público nos últimos dez anos de festival, entre estes os convincentes Solas (Espanha, Benito Zamprano, 1999), Die Spielwütigen (Alemanha, Andres Veiel, 2004) e Lemon Tree (Israel, Eran Riklis, 2008).
Talent Campus
Também a seção Talent Campus, voltada para jovens profissionais, chegou ao fim no festival de Berlim. Cerca de 350 participantes tiveram acesso a mais de 70 eventos, entre estes discussões, workshops e exibições de filmes.
Os destaques do Talent Campus este ano ficaram por conta da presença de nomes como Stephen Frears, Wim Wenders, Jasmila Žbanic, Til Schweiger, Tom Tykwer, Bertrand Tavernier e Tilda Swinton, que presidiu o júri da mostra competiviva do festival este ano. A diretora e roteirista brasileira Daniela Thomas participou de um painel de discussões que abriu a série de debates da seção este ano.
Recordes e gafes
O festival chegou ao fim registrando um recorde no número de profissionais credenciados, que chegou a quase 20 mil (provenientes de 136 países). Os caixas dos cinemas registraram a venda de 270 mil ingressos, um número também recorde na história da Berlinale.
Duas grandes salas de exibição na cidade – o Friedrichstadtpalast e o Cinema Paris no Institut Français – passaram a integrar o festival. Uma gafe tremenda, no entanto, deixou centenas de espectadores a ver navios durante um exibição de Chéri, de Stephen Frears. Um problema técnico causou a interrupção da projeção do filme no Friedrichstadtpalast meia hora após o seu início, fazendo com que o público fosse mandado de volta para casa. (sv)