FMI reduz previsão de crescimento da economia brasileira
9 de abril de 2019O Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou nesta terça-feira (09/04) sua projeção de crescimento da economia do Brasil para 2019 de 2,5% para 2,1%, principalmente por causa do desequilíbrio fiscal.
Porém, o FMI melhorou sua previsão para 2020, que passou de 2,2% no relatório de janeiro para 2,5% no relatório atual, o Perspectivas Econômicas Mundiais.
"No Brasil, a principal prioridade é conter o aumento da dívida pública, enquanto se assegura que o gasto social necessário permaneça intacto", escreveram os especialistas do Fundo em sua análise.
Para o FMI, a polêmica lei do teto de gastos, introduzida no governo do ex-presidente Michel Temer, é um passo na direção correta para o equilíbrio fiscal. O órgão instou o governo brasileiro a promover reformas nos gastos com funcionários públicos e na Previdência e, ao mesmo tempo, "proteger programas sociais vitais para os vulneráveis".
A instituição comandada pela economista francesa Christine Lagarde recomendou ainda às autoridades brasileiras que elevem os esforços para melhorar a infraestrutura e a "eficiência da intermediação financeira" para impulsionar as perspectivas de crescimento de médio prazo.
Perspectiva global
O FMI rebaixou mais uma vez sua previsão de crescimento da economia global, para 3,3% em 2019, ou 0,2 ponto percentual menos que em janeiro e 0,4 menos que em outubro passado, devido às tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, a uma queda na confiança dos empresários, à piora de condições financeiras e à insegurança política em muitos países.
Em janeiro, o FMI já havia rebaixado sua previsão para 2019, também em 0,2 ponto percentual. A previsão para 2020 é de crescimento de 3,6% e permanece inalterada.
A previsão mundial é fortemente influenciada pelo desempenho da economia dos Estados Unidos, que deverá crescer 2,3% em 2019, ou 0,2 ponto percentual menos do que o previsto três meses atrás.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro crescerá 1,3%, frente à alta de 1,8% em 2018, segundo as previsões do FMI, que em janeiro esperava uma alta de 1,6% para 2019.
A queda se explica pela situação econômica de dois pesos pesados da região: a Alemanha, cujo crescimento deve desacelerar para 0,8%, e a Itália, para 0,1%, ambos 0,5 ponto percentual menos que na previsão de janeiro.
A França (previsão de alta do PIB de 1,3% em 2019, ou 0,2 ponto a menos que em janeiro) se viu afetada pelo movimento dos "coletes amarelos", que perturbaram sua economia no fim de 2018.
A economia da China continuará seu ritmo de progressiva moderação com um crescimento de 6,3% em 2019 e de 6,1% em 2020, causados pelo "necessário ajuste" para controlar a dívida e os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em 2018, a segunda maior economia do mundo cresceu 6,6%.
AS/efe/afp/ots
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