Força Aérea não informou FBI sobre atirador do Texas
7 de novembro de 2017A Força Aérea americana admitiu nesta segunda-feira (06/11) não ter informado o FBI sobre o histórico de violência de Devin Patrick Kelley, o atirador que matou 26 pessoas numa igreja do Texas.
As regras do Pentágono estabelecem que informações sobre militares condenados por crimes como agressão devem ser enviadas ao FBI e incluídas no banco de dados do registro criminal nacional, o que possivelmente impediria Kelley de adquirir armamentos como o fuzil AR-15 utilizado no massacre na igreja batista de Sutherland Springs.
Kelley foi condenado num tribunal da Força Aérea no Novo México em 2012 por agressões à esposa e ao filho, que sofreu uma fratura no crânio. Ele cumpriu 12 meses numa prisão militar antes de ser dispensado por má conduta em 2014.
A Força Aérea americana reconheceu o erro e informou que abriu um inquérito para investigar o caso. "Vamos avaliar também o banco de dados da Força Aérea para garantir que outros casos sejam reportados corretamente. A Força Aérea pediu também ao inspetor geral do Departamento de Defesa que analise os registros e procedimentos em todo o Departamento de Defesa", disse uma porta-voz da corporação.
Além da condenação pela Corte Marcial da Força Aérea, Kelley também teve outros episódios registrados. Em 2014, pouco antes de ser dispensado, a polícia local respondeu a um chamado de violência doméstica envolvendo sua namorada, que se tornaria sua segunda esposa.
No mesmo ano, ele respondeu a uma acusação de maus-tratos contra animais após um vizinho denunciá-lo por agredir um cão. Ele negou a acusação, mas aceitou pagar 370 dólares em reparações.
O massacre na igreja texana aparenta ter sido motivado por uma situação doméstica. Investigadores revelaram que Kelley havia enviado mensagens ameaçadoras à sogra. Ela é membro da Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, mas não estava no local durante o ataque.
Com base nas evidências, os investigadores acreditam que Kelley, de 26 anos, se suicidou após ser perseguido por civis armados. Ele chegou a telefonar para o pai dizendo que estava ferido e que achava que não iria sobreviver.
Após o massacre, três armas foram apreendidas: um fuzil AR-556 foi encontrado na igreja, e duas pistolas estavam no carro de Kelley.
RC/lusa/ap
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