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Fracassa negociação entre oposição e governo da Venezuela

8 de fevereiro de 2018

Partes não conseguem superar impasse em relação à eleição presidencial, apesar de terem alcançado um pré-acordo, e diálogo na República Dominicana entra em recesso. Governo venezuelano anuncia data do pleito.

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Em Santo Domingo, líder da delegação da oposição da Venezuela critica governo
Em Santo Domingo, líder da delegação da oposição da Venezuela critica postura do governo Foto: Reuters/R. Rojas

O governo da Venezuela e a oposição não conseguiram chegar um acordo sobre as próximas eleições, que poderiam por um fim na crise do país. Diante o impasse, o presidente da República Dominicana, Danilo Medina, anunciou nesta quarta-feira (07/02) que o diálogo, que está sendo realizado em Santo Domingo, entrou em recesso por tempo indeterminado.

"Apesar dos esforços, não houve acordo. Não foi possível chegar a um consenso sobre os pontos pendentes, principalmente, sobre a data das eleições", afirmou Medina, que intermediava as negociações entre o governo e a oposição venezuelana.

Segundo Medina, ambas as partes haviam concordado na terça-feira em realizar eleições em 22 de abril, no entanto, a oposição pediu mais tempo para revisar o documento e apresentou posteriormente alterações à proposta por considerá-la insuficiente. A delegação do governo da Venezuela se recusou a analisar as sugestões.

Entre as alterações propostas no documento, a oposição pede que todos os líderes opositores que foram proibidos de participar das eleições, entre eles Henrique Capriles e Leopoldo Lopéz, tivessem as candidaturas habilitadas.

Medina afirmou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a aplicar as condições que foram estabelecidas no pré-acordo alcançado na terça-feira.

Embora estas rodadas de diálogo, que se iniciaram em setembro em Santo Domingo, não tenham chegado a um acordo, "Maduro expressou o seu desejo de continuar o diálogo" e a oposição "pediu que as portas do diálogo não sejam fechadas", afirmou Medina, que considerou "lamentável" o impasse.

O diálogo contou com a observação de Bolívia, Nicarágua e São Vicente e Granadinas, países convidados pelo governo de Maduro, enquanto que pela oposição participaram Chile e México, que decidiu se retirar após a convocação unilateral de eleições presidenciais.

Já o Chile advertiu que suspenderá a sua participação se não se concretizarem rapidamente as condições entre as partes para que ocorram eleições presidenciais "democráticas, transparentes e de acordo com padrões internacionais".

Eleições marcadas

Após a recusa de analisar a proposta da oposição, Maduro assinou, durante um ato político em Caracas nesta quarta-feira, o pré-acordo alçando no dia anterior. Logo em seguida, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela marcou as eleições presidenciais para o dia 22 de abril.

A oposição rechaçou a recusa do governo e disse que não aceitará um acordo prejudicial para a democracia.

"Anunciámos que traríamos um documento detalhado para conseguir um acordo importante para ter eleições livres, justas, em que os venezuelanos tivessem a capacidade de decidir. Um documento equilibrado, para aumentar os direitos dos venezuelanos, mas recebemos a insólita notícia de que o governo foi embora. Isso não tem cabimento com o sofrimento, ansiedade e angústia do povo", disse líder da delegação da oposição, Júlio Borges.

CN/efe/lusa/dpa

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